FAO no Brasil

FAO e Ministério do Meio Ambiente firmam parceria que levará ações de sustentabilidade ao semiárido brasileiro

Foto: Gilberto Soares/MMA
21/12/2017

Projeto Redeser será desenvolvido em seis estados e beneficiará 18 municípios da Caatinga; a FAO abrirá um escritório em Barreirinhas em 2018 

Brasília – Reverter o processo de desertificação por meio de ações que enfrentem a degradação do solo, da água e a perda de biodiversidade nos ecossistemas da Caatinga. Este é o principal objetivo do Projeto Redeser: Revertendo o Processo de Desertificação nas Áreas Suscetíveis do Brasil: Práticas Agroflorestais Sustentáveis e Conservação da Biodiversidade. A parceria entre a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) e o Ministério do Meio Ambiente (MMA) foi oficializada na tarde desta quarta-feira (20), em Brasília (DF).

O projeto será desenvolvido em seis estados do semiárido brasileiro e beneficiará 18 municípios: Delmiro Gouveia, Olho d’Água do Cascado e Piranhas, em Alagoas; Uauá, na Bahia; Crato, Barbalha e Jardim, no Ceará; Barreirinhas, Água Doce, Tutóia e Matões, no Maranhão; Santa Luzia, São Mamede e Várzea, na Paraíba; Carnaúba dos Dantas, Equador, Parelhas e Santana do Seridó, no Rio Grande do Norte.   Entre as ações do projeto, que tem duração de quatro anos, estão o manejo florestal de uso múltiplo, a promoção da gestão integrada dos recursos naturais em paisagens produtivas, a restauração de florestas e paisagens e a gestão de conhecimento, além de capacitação e sensibilização. A FAO abrirá um escritório em Barreirinhas cujo papel será de articular com o Governo do Estado do Maranhão em vista de outras iniciativas na mesma área temática do projeto Redeser.

Para Alan Bojanic, representante da FAO no Brasil, o grande desafio consiste em evitar a perda de solo e gerar renda à população do semiárido. “Temos um componente socioeconômico importante nesse projeto, não só ambiental”, destacou Bojanic que disse ainda ser um dia de grande alegria, uma vez que a FAO tem um grande compromisso com o tema.

Já para o ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, a luta contra a desertificação é mais do que necessária, é vital. “Trata-se de um projeto muito importante. Temos todo o interesse que a parceria com a FAO se prolongue e se intensifique”, salientou. 

No Brasil, 16% do território (1,34 milhão de km²), estão suscetíveis à desertificação. Essa área atinge mais de 1.400 municípios e quase 35 milhões de pessoas. Os impactos do projeto incidirão diretamente sobre 904.142 ha, com 618.062 ha de floresta, sendo o restante, principalmente, terras de cultivo e pastagens. Mais de 152 mil ha da área de intervenção é degradada. As atividades do projeto Redeser evitarão, ainda, o desmatamento por meio do manejo dos recursos florestais no âmbito de propriedade (pequenos produtores rurais) e de paisagem rural. Um componente especifico trabalhará a recuperação das florestas degradadas por meio da implantação de viveiros florestais, treinamento de técnicos de viveiros e fortalecimento de bancos de sementes florestais.

No total, serão investidos 3,9 milhões de dólares de doação, com recursos GEF (Global Environmental Facility), além de uma contrapartida de 18 co-financiadores: AGENDHA (Assessoria e Gestão em Estudos da Natureza); APNE (Associação de Plantas do Nordeste); CEPIS (Fundação Parque Tecnológico de Paraíba); FA (Fundação Araripe); FAO; FUNETEC (Fundação de Educação Tecnológica e Cultural); IABS (Instituto Brasileiro de Desenvolvimento e Sustentabilidade; ICRAF (Centro Mundial Agroflorestal); INSA (Instituto Nacional do Semi-Arido); MDA (Ministério do Desenvolvimento Agrário); MMA; SEAFDS (Secretaria de Agricultura da Paraíba); SEAPAC (Serviços de Apoio para Projetos Alternativos Comunitários); SEIHRMACT (Secretaria de Meio Ambiente da Paraíba); SEMA (Secretaria de Meio Ambiente de Crato); SEMARH (Secretaria de Meio Ambiente de Alagoas); SEPLAN (Secretaria de Planejamento do Rio Grande do Norte); SFB (Serviço Florestal Brasileiro).