FAO no Brasil

Campanha da cadeira Violeta marca o Dia Internacional da Mulher Indígena

05/09/2018

Roma - O diretor-geral da FAO, José Graziano da Silva, pediu aos países que se unam pela promoção dos direitos das mulheres indígenas e incentivem sua participação dentro das discussões políticas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável do Fome Zero.

“Apelamos aos países para que se levantem e garantam um lugar à mesa para as mulheres indígenas nos processos de elaboração de políticas. Sem elas, não podemos alcançar a meta do Fome Zero e não alcançaremos o Desenvolvimento Sustentável ”, disse Graziano da Silva.

Nesse ano, a FAO lançou a Campanha Global pelo Empoderamento de Mulheres Indígenas pelo Fome Zero, com o Fórum Internacional das Mulheres Indígenas e a Agência de Notícias das Mulheres Indígenas e Afrodescendentes. Um dos destaques da campanha foi a iniciativa Violet Chair (Cadeira Violeta) - um apelo às autoridades, formuladores de políticas, organizações, comunidade internacional, academia e sociedade civil para garantir a participação plena e efetiva das mulheres indígenas nas discussões políticas e nos processos de tomada de decisão que afetam suas comunidades.

Para torná-las visíveis, uma cadeira violeta é colocada nas reuniões para destacar que uma mulher indígena está participando ou, com muita frequência, quando a cadeira está vazia, que ela não está. 

“Colocar uma cadeira violeta em uma reunião é um lembrete simples mas eficaz de que as mulheres indígenas devem ter assento nas mesas de negociação onde as políticas que afetam as comunidades indígenas estão sendo discutidas”, disse Marcela Villarreal, Diretora da Divisão de Cooperação Sul-Sul da FAO.

 Violeta se tornou uma cor simbólica para a luta das mulheres em serem ouvidas e respeitadas. As pessoas podem usar pinturas, tecidos indígenas ou artesanato para criar uma cadeira violeta e apoiar a campanha.

“Sempre enfatizo a importância de levar as mulheres indígenas em consideração. Nós não somos pessoas que precisam de ajuda ou que são perpetuamente vulneráveis. Somos agentes de mudança. Temos potencial, mas esse potencial precisa ser catalisado ”, disse Mariam Wallet Aboubakrine, presidente do Fórum Permanente da ONU sobre Questões Indígenas.

São mais de 400 milhões de indígenas no mundo. Destes, metade é composta por mulheres. São elas que criam gado, plantam, pescam e caçam para coletar alimentos para suas comunidades. Elas também são consideradas as guardiãs de sementes e plantas medicinais.

Apesar de suas contribuições, as mulheres indígenas não fazem parte da política e dos processos decisórios que afetam suas vidas. Geralmente, as políticas de proteção social não incluem suas opiniões e necessidades. E, apesar de sua riqueza de saberes, seu trabalho, conhecimento e necessidades não estão representados nas estatísticas. Isso as torna invisíveis.

 Trabalhando juntos pelo Fome Zero

Desde que adotou, em 2010, a Política sobre Povos Indígenas e Tribais, a FAO vem aprimorando seu trabalho com os povos indígenas.

Isso inclui incorporar o consentimento livre, prévio e informado nos projetos e trabalhos da FAO. O Consentimento fornece orientação aos profissionais de campo sobre o envolvimento com os povos indígenas.

A FAO também apoia a promoção e conservação de sistemas alimentares indígenas e o empoderamento de mulheres e jovens indígenas, inclusive através das Escolas de Liderança de Mulheres Indígenas na Ásia e na América Latina. Desde maio de 2015, mais de 100 mulheres indígenas foram treinadas para se tornarem defensoras dos direitos humanos, segurança alimentar e nutrição na Bolívia, Peru, Índia, Filipinas, Panamá, El Salvador e Paraguai.