FAO e Comida do Amanhã lançam Marco para a Agenda Alimentar Urbana
No dia 17 de setembro, a Representação da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) no Brasil, em parceria com o escritório Regional da FAO para a América Latina e o Caribe, e com o Instituto Comida do Amanhã, realizaram a Jornada de Lançamento da versão em português do Marco da FAO para a Agenda Alimentar Urbana. O evento contou com a participação de representantes das Nações Unidas, do Governo Federal e municipal, e da sociedade civil, para apresentar e discutir as complexas questões socioeconômicas e ecológicas que limitam a segurança alimentar e nutricional nas regiões urbanas do país.
O Marco da FAO é um documento técnico, elaborado com o apoio de especialistas, que pretende servir como um guia de apoio a gestores governamentais, a lideranças do setor privado, a organizações não governamentais, a setores da academia e a outros agentes da sociedade civil, para que adotem posturas e desenvolvam políticas, programas e iniciativas voltadas ao fortalecimento dos sistemas alimentares, seja em grandes áreas urbanas, bem como em centros urbanos menores, como vilas, comunidades, entre outros.
Durante a manhã, na abertura do evento, participaram o Representante da FAO Brasil, Rafael Zavala, o Oficial Sênior Internacional da ONU-HABITAT, Alain Grimard, e a Diretora do Departamento de Estruturação e Equipamentos Públicos do Ministério da Cidadania, Viviane Dutra.
Em seguida, a coordenadora da Agenda Alimentar Urbana da FAO em Roma, Cecilia Marocchino, apresentou o Marco e destacou que esta é uma iniciativa que busca trabalhar com os governos locais a partir de quatro princípios importantes: sinergias entre o mundo rural e urbano; inclusão social e equidade; resiliência e sustentabilidade; conexões e interconexões dos sistemas alimentares.
A representante da Aliança pela Alimentação Adequada e Saudável, Ana Paula Bortoletto, o Secretário Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional de Curitiba, Luiz Dâmaso Gusi, a Subsecretária de Segurança Alimentar e Nutricional de Belo Horizonte, Darklane Rodrigues, apresentaram desafios e soluções em relação à agenda alimentar urbana.
A Diretora executiva do Instituto Comida do Amanhã, Mónica Guerra Rocha, encerrou o painel pela manhã sistematizando as contribuições e lições aprendidas no encontro e refletindo com sua visão sobre as oportunidades da agenda alimentar urbana.
Boas práticas municipais de alimentação urbana
Dados da FAO mostram que o crescimento projetado de 2,5 bilhões de pessoas na população urbana mundial implica que, até 2050, dois terços da população mundial viverão em áreas urbanas. Além disso, atualmente, os habitantes das áreas urbanas consomem até 70% do abastecimento alimentar, mesmo em países com grande percentagem de população rural.
O evento de lançamento também aconteceu na parte da tarde. João Intini e Sara Granados, da FAO Regional, mostraram resultados de uma pesquisa realizada pela FAO com 85 municípios brasileiros e que analisou os impactos da Covid-19 nos sistemas alimentares a nível municipal.
Em seguida, representantes de quatro cidades brasileiras apresentaram suas boas práticas de alimentação urbana. Participaram o Secretário-Executivo do Conselho Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional de Fortaleza, Roberto Barbosa, a Coordenadora da Coordenadoria de Segurança Alimentar e Nutricional de São Paulo, Celia Alas Rossi, o Vice-Presidente do Conselho Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional de Salvador, Gabriel Falcetta, e o Coordenador de Relações Internacionais da Prefeitura do Rio de Janeiro, Embaixador Antonio Mello.
Durante o painel também foram discutidos os desafios enfrentados para alcançar a segurança alimentar e nutricional, e atender à crescente demanda urbana por alimentos suficientes, adequados, seguros e nutritivos. A moderação foi feita pelo Secretário Executivo do ICLEI América do Sul, Rodrigo Perpétuo.