FAO no Brasil

Os sistemas agroalimentares devem estar no centro da recuperação da pandemia

16/04/2021

A II Reunião de Ministros da Agricultura das Américas buscou respostas conjuntas para a recuperação da pandemia e transformação dos sistemas agroalimentares.

Lima, Peru / Santiago do Chile / San José - Os ministros, ministras e secretários da Agricultura das Américas realizaram sua III Reunião Hemisférica, com a participação de 31 países da América Latina e Caribe, Estados Unidos e Canadá.

O encontro permitiu compartilhar o andamento das políticas, planos e ações para conter os efeitos da COVID-19 nas Américas, bem como as iniciativas de recuperação com transformação dos sistemas agroalimentares.

“Nas últimas décadas, nossos países deram forte impulso ao agronegócio e à agroexportação. Depois da pandemia, devemos complementar esses esforços com políticas públicas para garantir a nutrição sustentável de nossas populações”, disse Federico Tenorio, Ministro do Desenvolvimento Agrário e Irrigação do Peru.

Tenorio destacou o papel que os sistemas agroalimentares têm desempenhado no desenvolvimento das Américas nas últimas décadas: “Se antes contribuíam para dar respostas à pobreza e à desigualdade, hoje devem enfrentar a pandemia e seu impacto na segurança alimentar, dando acesso a dietas saudáveis ​​e produtos variados no mundo rural e urbano. "

O Diretor-Geral da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), QU Dongyu, elogiou a contribuição da região para evitar que a crise sanitária de COVID-19 se transforme em uma crise alimentar: “Agora eles devem ser os arquitetos da recuperação, uma recuperação com transformação”.

Segundo QU, esta transformação exigirá inovação e digitalização, maior produtividade agrícola e um sistema agroalimentar sustentável que garanta dietas seguras e saudáveis.

Além disso, destacou que serão necessários investimentos públicos e privados para criar sistemas agroalimentares com menor pegada de carbono, que protejam e conservem o meio ambiente e a biodiversidade, promovendo maior equidade para pequenos agricultores, povos indígenas, mulheres e jovens rurais.

O Diretor-Geral do IICA, Manuel Otero, acolheu com satisfação a discussão sobre os sistemas agroalimentares durante a reunião. “O prefixo agro é fundamental: com ele se reconhece que, sem produção agrícola, não há matérias-primas que depois se transformam em alimentos e, portanto, seria uma utopia alcançar a segurança alimentar”.

“Os sistemas agroalimentares - acrescentou Otero - já estão em um processo de mudança irreversível, que deve continuar a evoluir por meio de uma aliança sinérgica com o meio ambiente. Estamos diante de uma grande oportunidade de desenvolver sistemas mais maduros, com respeito irrestrito ao meio ambiente e ênfase na qualidade nutricional”. Otero renovou seu apoio à Cúpula de Sistemas Alimentares convocada pela ONU, destacando que é necessário aumentar a representação da América Latina e do Caribe e seus agricultores.

O Representante Regional da FAO, Julio Berdegué, também instou aos ministros, ministras e secretários da Agricultura, “a colocarem sobre a mesa os objetivos de seus países e as condições para alcançar essa transformação, no período anterior à Cúpula de Sistemas Alimentares. A América Latina e o Caribe devem desempenhar um papel fundamental e ser um exemplo em nível global. A transformação dos sistemas agroalimentares já está em andamento e é imparável”, disse Berdegué.

É preciso enfrentar o impacto da pandemia

O impacto da pandemia foi sentido mais forte na América Latina e no Caribe do que em quase qualquer outro lugar do mundo: a região sofreu 27,8% das mortes globais por COVID-19.

Durante a III Reunião Hemisférica, o economista-chefe da FAO, Máximo Torero, explicou que a região terá uma queda de 7,7% no PIB, um retrocesso de 20 anos nos níveis de extrema pobreza e um retrocesso de 12 anos na pobreza.

“O maior declínio econômico do mundo como resultado da COVID-19 será visto na América Latina e no Caribe. 2,7 milhões de empresas fecharam. Pode levar uma década para a região retornar ao nível pré-pandêmico”, disse Torero.

Perante este impacto, Torero apelou ao aumento da resiliência do sistema agroalimentar regional, com investimentos em sistemas de alerta precoce, a abordagem de Saúde Única; melhorias nos sistemas de proteção social e redirecionamento de subsídios e apoios produtivos.

Sobre a reunião

A reunião – convocada pelos ministros e secretários da Agricultura das Américas – foi presidida por Federico Tenorio Calderón, Ministro de Desenvolvimento Agrário e Irrigação do Peru, com o apoio, como secretaria técnica, da FAO e do Instituto Interamericano de Cooperação para a agricultura (IICA).

Na primeira reunião hemisférica, em abril de 2020, ministros e secretários de 34 países abriram um espaço de diálogo para comparar políticas e ações destinadas a prevenir o colapso dos sistemas alimentares.

No segundo encontro, em julho de 2020, eles compartilharam informações atualizadas sobre as ações que estão sendo realizadas para sustentar o comércio agroalimentar internacional, a segurança alimentar, os fluxos comerciais, as cadeias produtivas e para garantir o acesso dos agricultores familiares aos mercados de insumos e produtos em meio à pandemia.

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