FAO no Brasil

8º Fórum Global do Pacto de Milão: monitoramento é chave resiliência ao clima nos sistemas agrolimentares urbanos

©️FAO/Aline Czezacki
21/10/2022

A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), a Parceria Global sobre Agricultura Urbana Sustentável e Sistemas Alimentares (RUAF) e o Secretariado do Pacto de Milão sobre Política Alimentar Urbana realizaram nesta terça-feira, 18, um workshop para debater com representantes de cidades, importância de trabalhar com indicadores para sistemas agroalimentares urbanos sustentáveis e resilientes ao clima. A sessão aconteceu durante o 8º Fórum Global do Pacto de Milão.

“Essas cidades têm experiências muito diversas de aplicação do marco de indicadores, e algumas dessas cidades usaram o marco para identificar prioridades do sistema alimentar e construir políticas públicas relevantes”, explicou Guido Santini, coordenador técnico da iniciativa Green Cities da FAO.

Ao trazer experiências globais, o painel buscou aumentar a confiança dos participantes para começar a usar o monitoramento do sistema alimentar urbano para apoiar a resiliência futura, bem como melhorar a compreensão das interligações entre o Sistema de Monitoramento do Pacto de Milão sobre Política Alimentar Urbana, o Desafio de Barcelona, a Iniciativa Green Cities e os indicadores do programa City Region Food Systemda FAO.

A cidade de Nairobi apresentou suas iniciativas em termos de políticas e práticas de agricultura urbana. Segundo Sam Ikua, do Instituto Mazingira, a cidade trabalha a agricultura urbana ao mesmo tempo em que promove a saúde pública e protege o meio ambiente. “Para este monitoramento temos uma rede abrangente de atores, que inclui agricultores, extensionistas agrícolas, consumidores e gerenciadores de resíduos alimentares. Essa abordagem é positiva porque engaja as pessoas mais vulneráveis e também os maiores interessados na mitigação das mudanças climáticas, que são os agricultores”.

Já Alexandra Rodriguez, coordenadora do projeto de Agricultura Urbana Participativa AGRUPAR de Quito, no Equador, apresentou a experiência de implementação do indicador 14 do marco de monitoramento, que se refere à promoção da alimentação saudável. “Nós acreditamos que esse indicador é abrangente o suficiente para integrar aspectos relacionados a inclusão social e climática como parte da agenda alimentar, e isso não é muito comum, já que justiça climática e segurança alimentar tendem a ser vistas separadamente”.

As cidades desempenham um papel fundamental na construção de sistemas alimentares sustentáveis e resilientes ao clima. A rápida urbanização, as mudanças climáticas e as desigualdades exigem abordagens abrangentes para garantir o bem-estar de longo prazo para as pessoas, os lugares e o planeta.

Nesse ambiente em evolução, os formuladores de políticas e os governos municipais precisam de orientação prática para identificar, implementar e monitorar os processos de política alimentar urbana.

Além de Nairóbi (Quênia) e de Quito (Equador), as cidades de Kolding (Dinamarca), Maputo (Moçambique), Porto Alegre (Brasil), Guelph (Canadá) e Douala (Camarões) compartilharam os desafios e as oportunidades e mostraram exemplos práticos do uso de indicadores relacionados à justiça climática em suas cidades.

  • Saiba mais sobre o MUFPP Monitoring Framework aqui.

Assista o painel na íntegra (em inglês):