FAO no Brasil

Preço mundial dos alimentos registra queda em dezembro

©FAO/Giorgio Cosulich
07/01/2023

O Índice de Preços de Alimentos da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) caiu pelo nono mês consecutivo em dezembro de 2022, registrando uma redução de 1,9% em comparação ao mês anterior.

A média do índice - que acompanha as mudanças mensais nos preços internacionais das commodities alimentares - foi de 132,4 pontos em dezembro, 1% abaixo do ano anterior. No entanto, o resultado de 2022 foi de 143,7 pontos, 14,3% acima do valor médio de 2021.

"Preços mais estáveis dos produtos alimentícios são bem-vindos depois de dois anos muito voláteis", disse o economista-chefe da FAO, Maximo Torero. "É importante permanecer vigilante e manter um forte foco na mitigação da insegurança alimentar global, uma vez que os preços mundiais dos alimentos permanecem em níveis elevados, com muitos produtos básicos perto de níveis recordes, com os preços do arroz aumentando e, ainda, com muitos riscos associados a fornecimentos futuros".

As cotações mundiais de óleo vegetal lideraram a queda, com redução de 6,7% em relação a novembro, e atingiram seu nível mais baixo desde fevereiro de 2021. As cotações internacionais dos óleos de palma, soja, colza e girassol diminuíram em dezembro, impulsionadas pelas demandas de importação, pelas perspectivas de aumento sazonal da produção de óleo de soja na América do Sul, bem como pela queda dos preços do óleo cru.

O Índice de Preços de Cereais apresentou uma redução de 1,9% em relação a novembro. As colheitas em andamento no hemisfério sul impulsionaram a oferta de trigo para exportação, enquanto a forte concorrência do Brasil fez baixar os preços mundiais do milho. Em contrapartida, os preços internacionais do arroz subiram, impulsionados pelas compras asiáticas e pela valorização cambial frente ao dólar dos Estados Unidos para os países exportadores.

Em dezembro, o preço das carnes registrou uma queda de 1,2% em comparação com novembro, já que as cotações de carnes bovinas e de aves compensaram os preços mais altos das carnes suína e ovina. Essa redução da carne bovina se deu pela baixa demanda para o fornecimento à médio prazo. Os preços da carne suína subiram devido à forte demanda interna, por conta do período de férias na Europa,

O preço dos derivados do leite subiu 1,2% em dezembro, após cinco meses de quedas consecutivas. Os preços internacionais do queijo também subiram, refletindo o aperto nas condições do mercado, o que impulsionou o aumento mensal do índice, enquanto as cotações internacionais da manteiga e do leite em pó caíram.

O preço do açúcar aumentou 2,4% em relação a novembro, principalmente devido a preocupações com o impacto das condições climáticas adversas no rendimento das safras na Índia e aos atrasos na moagem de cana-de-açúcar na Tailândia e na Austrália.

 

Olhando para trás

A média do Índice de Preços de Alimentos da FAO em 2022 foi consideravelmente mais alta do que no ano anterior, estimulada por conflitos e preocupações quanto à segurança alimentar em países de baixa renda importadores de alimentos, e pela adoção, sugerida pela FAO, de medidas de facilitação de empréstimos pelo Fundo Monetário Internacional.