FAO no Brasil

América Latina e Caribe podem estar na vanguarda mundial da alimentação e da agricultura, desde que combatam primeiro a fome e as desigualdade

©FAO/Santiago Mele
25/01/2023

Diretor-geral da FAO aponta áreas prioritárias de ação aos Chefes de Estado e de Governos no fórum regional CELAC

Buenos Aires - A América Latina e o Caribe "podem e devem intensificar" a luta contra os sucessivos aumentos da fome e das desigualdade na região. Esse protagonismo direcionaria os países "para a vanguarda da alimentação e agricultura globais" - esta foi a mensagem transmitida pelo Diretor-geral da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), QU Dongyu, em reuniões bilaterais com Chefes de Estado presentes no fórum.

O discurso de Qu à 7ª Cúpula de Chefes de Estado e de Governos da Comunidade dos Estados da América Latina e do Caribe (CELAC), presidida este ano pela Argentina, foi proferido pelo Economista Chefe da FAO, Maximo Torero. 

A CELAC é um mecanismo intergovernamental de diálogo e acordo político para apoiar programas de integração regional e é composto por 33 países que contam com cerca de 600 milhões de habitantes. Seu papel é fundamental, dado que, nos últimos anos, os esforços coletivos para a integração regional e global têm sido limitados. 

"As instituições multilaterais precisam ser inovadoras" para responder às crises atuais, sucessivas e sem precedentes”, disse Qu, que assinou várias cartas de intenção para levar adiante projetos na região.

"Vivemos no continente mais desigual do mundo e, de uma vez por todas, devemos empreender um processo que conduza à igualdade. É muito melhor alcançar esses resultados trabalhando em conjunto", disse o presidente argentino, Alberto Fernández.

O Diretor-geral da FAO falou das áreas prioritárias que seriam potencializadas com a integração dos países através do CELAC. Ele destacou, ainda, a necessidade de expandir o fornecimento de alimentos no Caribe, onde a alimentação saudável é mais cara, investir em infraestrutura hídrica e iniciativas de produção de alimentos na América Central, onde a seca e a emigração são constantes. Com isso, ressaltou, haveria uma melhora no intercâmbio de alimentos entre países da região andina, um impulso a programas regionais de infraestrutura para produção, armazenamento e transporte de alimentos e, assim, um crescimento do comércio intrarregional e das exportações.

Ao lembrar da colaboração internacional diante da pandemia da Covid-19, QU Dongyu disse que, embora priorizar a proteção das economias nacionais seja natural, é importante ressaltar que "estamos todos juntos neste pequeno planeta e as medidas tomadas em um país afetam todos os outros”.

“A FAO pode apoiar de forma efetiva a implementação das iniciativas e dos objetivos dos países integrantes da CELAC, caso suas preocupações sejam esclarecidas e respostas concretas e sustentáveis sejam acordadas”, concluiu.