FAO se compromete com o apoio técnico aos governos da América Latina e do Caribe para erradicar a fome e a pobreza
Diretor-geral da FAO se reúne com chefes de Estado e de Governo no âmbito da Cúpula da CELAC na Argentina.
Santiago - "Todas as equipes da FAO na região estão preparadas e totalmente comprometidas em fornecer toda a experiência técnica e capacidade da organização para ajudar a enfrentar o desafio atual da segurança alimentar. Esta foi a mensagem transmitida pelo diretor-geral da FAO, QU Dongyu, em reuniões com presidentes e chefes de Estado da América Latina e do Caribe durante sua participação na VII Cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC), realizada esta semana em Buenos Aires, Argentina.
Em reuniões bilaterais, o diretor-geral esteve com os presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva; da Argentina, Alberto Fernández; da Bolívia, Luis Arce; e Colômbia, Gustavo Petro. QU Dongyu também realizou encontros de trabalho com o vice-presidente da Costa Rica, Stephan Brunner, e o primeiro-ministro de São Vicente e Granadinas, Ralph Gonsalves, e o novo presidente pro tempore da CELAC, com quem discutiu a necessidade de avançar rumo à transformação dos sistemas agroalimentares, para torná-los mais inclusivos, resilientes e sustentáveis.
Como parte dessas reuniões, dois importantes acordos para o trabalho da FAO na região foram formalizados. O diretor-geral assinou junto ao presidente da Colômbia a Carta de Intenções sobre o Pacto pela Paz, Segurança Alimentar e o Direito Humano à Alimentação. Com o Governo da Argentina, representado pelo Ministro da Economia, Sergio Massa, foram assinados acordos para promover o desenvolvimento de diferentes regiões do país nas áreas de meio ambiente, a produção pecuária, o manejo sustentável da terra, políticas alimentares integradas, o fortalecimento do planejamento territorial, questões de biossegurança e o fortalecimento da Cooperação Sul-Sul.
Ao final da Cúpula da CELAC, o diretor-geral, juntamente com o vice-diretor e Representante Regional da FAO, Mario Lubetkin, o economista-chefe, Maximo Torero, viajaram para Assunção, Paraguai, onde realizaram uma visita oficial e se reuniram com o presidente Mario Abdo Benitez.
Os representantes da FAO, juntamente com as autoridades governamentais paraguaias, realizaram visita técnica a projetos de desenvolvimento rural, produção sustentável, gestão ambiental e mudança climática. Mantiveram também reuniões com representantes do setor privado e dialogaram com as autoridades municipais, produtores e pescadores artesanais.
Solicitação da CELAC à FAO
No âmbito da VII Reunião de presidentes e chefes de Estado da CELAC, a organização multilateral emitiu uma declaração destacando a reunião de Ministros e Altas Autoridades da Agricultura realizada no final do ano passado, que foi coorganizada pela Presidência Pro Tempore da CELAC, FAO e por outras instituições.
Neste contexto, a CELAC solicitou à FAO que trabalhasse em conjunto com outras organizações técnicas para atualizar o Plano de Segurança Alimentar e Nutricional e de Erradicação da Fome CELAC 2025, com o objetivo de adaptá-lo à nova situação internacional e aos desafios da região.
Com relação a este assunto, Mario Lubetkin, representante regional da FAO para América Latina E Caribe, disse: "Órgãos multilaterais como o CELAC são essenciais para coordenar conjuntamente o trabalho para acabar com a fome e a má nutrição na região".
"A FAO oferece aos países todo o apoio técnico para avançar na transformação dos sistemas agroalimentares e desenvolver alianças estratégicas que nos permitam ajudar as 56,5 milhões de pessoas que sofrem de fome, os 131 milhões de habitantes da região que não podem ter acesso a uma alimentação saudável”, acrescentou Lubetkin.
Esta é a primeira vez que o atual diretor-geral da FAO participa de uma Cúpula da CELAC. Em seu discurso, QU Dongyu garantiu que a América Latina e o Caribe "podem e devem dar um passo adiante" para enfrentar o crescimento dos índices de fome e desigualdade e, assim, se consolidarem "na vanguarda da alimentação e da agricultura mundiais".
A FAO destaca a importância da integração regional através da CELAC como elemento-chave para avançar em áreas prioritárias de trabalho na região, tais como a necessidade de expandir o fornecimento de alimentos no Caribe, onde a alimentação saudável é mais cara, investir em infraestrutura hídrica e iniciativas de produção de alimentos na América Central, onde a seca e a emigração são constantes. Além disso, melhorar o intercâmbio de alimentos entre países da região andina, promover programas regionais de infraestrutura para produção, armazenamento e transporte de alimentos e, assim, facilitar o crescimento do comércio intrarregional e das exportações.