FAO no Brasil

Primeira Conferência Ministerial sobre Sistemas Agroalimentares de Baixa Emissão reforça compromisso de reduzir a emissão de metano pela agricultura

©FAO/Max Valencia
18/04/2023

O encontro, que contou com o apoio da FAO, reuniu 24 países dos cinco continentes com o objetivo de fortalecer a articulação do poder público e de organismos internacionais. 

Santiago do Chile - Os sistemas agroalimentares estão experimentando uma crises sem precedentes que afeta a segurança alimentar da população e os meios de vida de milhares de agricultores e agricultoras em todo o mundo.

A "Primeira Conferência Ministerial sobre Sistemas Agroalimentares de Baixas Emissões" - organizada pelos governos do Chile e da Espanha, com o apoio do Global Methane Hub e da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura, entre outras entidades- foi o ponto de encontro para acordar um compromisso comum de reduzir, em menos de uma década, os gases de efeito estufa provenientes do metano.

"Precisamos mudar a história e agir diante desta crise climática sem perder o foco em nossa missão fundamental, que é a alimentação saudável e sustentável”, disse o ministro da Agricultura do Chile, Esteban Valenzuela, durante a sessão plenária de encerramento da conferência, que reuniu representantes de 24 países dos cinco continentes.

Durante os dois dias do evento, foram discutidas as diferentes experiências e abordagens das políticas locais de redução do metano na agricultura. Neste sentido, o Ministro Valenzuela recomendou uma produção responsável, um comércio justo e relações público-privadas valorizadas para avançar na redução de emissões no setor agrícola.

"É extraordinário termos esta reunião histórica dos ministérios da agricultura dos cinco continentes para nos comprometermos com uma relação público-privada mais rápida e pragmática, com o objetivo fundamental de reduzir os gases de efeito estufa e de garantir uma agricultura mais verde e sustentável ", disse Valenzuela.

 

Segunda conferência 

O ministro espanhol da Agricultura, Pesca e Alimentação, Luis Plana, por sua vez, destacou que o setor agrícola deve se adaptar a um novo contexto decorrente da crise climática. Além disso, Plana disse que "com esta conferência, promovemos um processo ao qual um bom número de países aderiram, o que é um balanço muito positivo". “É fundamental compartilhar experiências, sabendo que temos de adotar medidas que podem ser aplicadas diferentemente em cada um dos países, mas que devem seguir um padrão comum", declarou.

O ministro espanhol acrescentou ainda que "devemos continuar a alimentar o mundo e nossas sociedades, produzindo de uma maneira diferente". "Essa é a grande e pequena mudança. Esta maneira diferente de produzir é sem dúvida a chave para todo este processo, e estou convencido de que seremos capazes de realizá-lo”, disse. Plana destacou que a Espanha está empenhada em organizar uma segunda edição do evento.

Na mesma linha, a Diretora-Geral Adjunta da FAO, Maria Helena Semedo, reiterou seu compromisso de apoiar os países membros, fornecendo assistência técnica e política integrada, acesso ao financiamento e ferramentas para avançar na direção de sistemas agroalimentares resilientes e sustentáveis.

"Temos testemunhado um alto grau de comprometimento dos países participantes para tratar das emissões de metano nos sistemas agroalimentares. Durante esses dois dias, conhecemos muitas soluções inovadoras que demonstram que as ações de redução de metano podem proporcionar múltiplos benefícios em termos de segurança alimentar, adaptação à mudança climática e redução da poluição, pobreza, exclusão e perda de biodiversidade", disse a Diretora-Geral Adjunta da FAO.