FAO no Brasil

Preços dos alimentos registram queda em maio

©FAO/Olivier Thuillier
02/06/2023

FAO aponta redução significativa nos preços internacionais de trigo, milho, óleos vegetais e queijo. Arroz, açúcar e carne ficaram mais caros.


Roma - O Índice de Preços dos Alimentos da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), que acompanha as mudanças mensais no valor internacionais das commodities alimentícias mais comercializadas, atingiu uma média de 124,3 pontos em maio. O resultado aponta uma queda de 2,6% em relação a abril e 22,1% abaixo do recorde histórico atingido em março de 2022.

O índice de referência dos preços internacionais de commodities alimentícias registrou queda no mês de maio diante de significativas reduções nos preços da maioria dos cereais, óleos vegetais e laticínios.

O preço dos cereais recuou 4,8% em relação ao mês anterior, liderado por uma queda de 9,8% nas cotações do milho em todo o mundo. A redução se deve à uma perspectiva mais favorável para a produção e a uma menor demanda por importação. Os preços mundiais do trigo também caíram em 3,5%, refletindo a ampla oferta diante da expansão da Iniciativa de Grãos do Mar Negro. Em contrapartida, os preços internacionais do arroz continuaram a subir em maio, em virtude das compras asiáticas e da oferta mais restrita em alguns países exportadores, como Vietnã e Paquistão.

O Índice de Preços dos Óleos Vegetais caiu 8,7% em maio, uma média de 48,2% abaixo do nível registrado no ano anterior. Os preços internacionais do óleo de palma caíram consideravelmente em relação a abril, já que as importações globais coincidiram com o aumento da produção nos principais países exportadores. Os preços mundiais do óleo de soja recuaram pelo sexto mês consecutivo em meio a uma safra abundante de soja no Brasil e a maiores estoques nos Estados Unidos. Os preços do óleo de colza e de girassol continuaram a cair devido à ampla oferta global.

O Índice de Preços dos Laticínios caiu 3,2% em relação a abril, liderado por uma queda acentuada nos preços internacionais do queijo. Isso se deveu principalmente ao aumento das exportações em meio à alta produção sazonal de leite no hemisfério norte. No entanto, as cotações internacionais do leite em pó e da manteiga recuaram.

O Índice de Preços do Açúcar registrou seu quarto aumento mensal consecutivo, subindo 5,5% em relação a abril e atingindo um nível quase 31% superior em comparação ao ano anterior. O salto refletiu a restrição da disponibilidade mundial, as preocupações crescentes sobre o impacto do fenômeno El Niño nas safras da próxima temporada e os atrasos nos embarques em meio à forte concorrência da soja e do milho no Brasil. A perspectiva positiva para as safras de cana-de-açúcar de 2023 no Brasil impediu aumentos mensais maiores nos preços, assim como a queda nos preços internacionais do petróleo bruto.

O preço das carnes também registrou aumento de 1% em maio. O valor foi impulsionado principalmente pela expressiva demanda de importação de carne de aves por países asiáticos e pela escassez de oferta de carne bovina nos Estados Unidos.

Confira o relatório completo.

A produção global de cereais está se recuperando, e os estoques mundiais devem atingir níveis recordes

As primeiras projeções para a temporada 2023/24 apontam para um provável aumento de 1,0% na produção global de cereais em 2023, atingindo 2.813 milhões de toneladas, de acordo com o mais recente relatório da FAO sobre oferta e demanda de cereais, também divulgado hoje.

O aumento esperado se baseia nos lucros previstos para o milho, o arroz e o sorgo, enquanto as produções de trigo e cevada podem ficar abaixo dos níveis de 2022.

Acesse aqui mais informações sobre o FAO Cereal Supply and Demand Brief.