©FAO/Max Valencia

Mais de 150 parlamentares de dezenas de países estão no Chile debatendo novas fórmulas para alcançar o ODS2 de fome zero da agenda 2030. O presidente do Chile, Gabriel Boric, participou da inauguração, e o diretor-geral da FAO enviou uma saudação especial.

Valparaíso, Chile – Com um forte apelo para chegar a um acordo entre parlamentos de todo o mundo para avançar instrumentos comuns para garantir que a segurança alimentar seja uma realidade para todas as pessoas, a Segunda Cúpula Parlamentar Mundial contra a Fome e a Má nutrição foi inaugurada ontem no Chile.

O encontro, que terá duração de dois dias, conta com a participação de 150 parlamentares de todo o mundo com o objetivo de compartilhar experiências na aplicação das leis relacionadas à segurança alimentar e nutricional, além de discutir as necessidades e prioridades para enfrentar os desafios associados com fome e má nutrição, e avaliar potenciais oportunidades de cooperação.

Participação da cerimônia de abertura, o Presidente da República do Chile, Gabriel Boric, o Presidente do Senado chileno, Juan Antonio Coloma, o Presidente da Câmara dos Deputados do Chile, Vlado Mirosevic, a Presidente da Frente Parlamentar contra a Fome, deputada Carolina Marzán, e o Vice-Diretor e Representante Regional da FAO, Mario Lubetkin, além de ministros e outros convidados.

“É para nós, como Estado chileno, como povo, um orgulho e uma alegria poder recebê-los de todos os cantos do planeta para enfrentar um desafio que não reconhece fronteiras e que deve nos comover no mais íntimo. Se houvesse apenas uma pessoa passando fome, já deveria ser escandaloso, mas são 828 milhões de pessoas", assegurou o presidente Boric, que também acrescentou: "Há muito mais que as alianças parlamentares podem fazer para alcançar a meta da fome zero, porque cada um de vocês pode influenciar substancialmente seus governos”.

O diretor-geral da FAO, QU Dongyu, destacou o papel dos parlamentares, acrescentando: “Vocês têm um papel importante a desempenhar na transformação dos sistemas agroalimentares globais, para torná-los mais eficientes, mais inclusivos, mais resilientes e mais sustentáveis”. “Ao participarem desta Cúpula, demonstram mais uma vez o seu empenho e vontade de colocar a segurança alimentar e nutricional como prioridade nas agendas políticas e legislativas nacionais, defendendo os contextos e necessidades específicas dos vossos países”, assegurou.

“O Chile hoje está recebendo um marco a nível mundial na luta contra a fome, não só em nosso país com todas as políticas públicas que nosso governo já está trabalhando, mas também em todo o mundo. Há questões que queremos que sejam colocadas na mesa, instaladas e discutidas em todos os parlamentos do mundo, como quando falamos de igualdade de gênero. Não conseguiremos erradicar a fome, ODS 2, se não trabalharmos no ODS 5, que é a igualdade de gênero”, disse a deputado Marzán. 

Por sua vez, o presidente do Senado, Juan Antonio Coloma, acrescentou: “Esta é uma instância para nos ouvir. Não sejamos comentaristas da realidade, mas sim atores do futuro e para isso hoje temos uma grande oportunidade sob o amparo da FAO, com a liderança dos congressos e o esforço dos presidentes para que possamos dizer que há um antes e um depois e que temos a obrigação moral de que não haja uma única pessoa que não tenha o que comer".

Enquanto isso, o Presidente da Câmara dos Deputados, Vlado Mirosevic, em seu discurso, acrescentou: "A liberdade das grandes maiorias nos faz pensar como é possível uma pessoa desenvolver seu projeto de vida com liberdade se não tem as mais básicas condições para poder fazê-lo. A meta do ODS fome zero está mais longe do que ontem se não combatermos as desigualdades”.

A senadora Carmen Gloria Aravena, integrante da frente parlamentar do Senado, acrescentou: "Alimentar o mundo em todas as áreas, agricultura, pesca e outras é provavelmente a atividade mais nobre que o ser humano faz e por isso é uma honra poder representar o Senado e parlamentares que estamos preocupados com isso, mas hoje o chamado é para nos cuidarmos porque o mundo precisa de nós".

A Cúpula é organizada pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), juntamente com a Agência Espanhola de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento (AECID), o Congresso Nacional do Chile e o Governo do Chile, com o apoio da Comissão Europeia, a Agência Mexicana de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento (AMEXCID) e a Frente Parlamentar contra a Fome na América Latina e no Caribe.