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FAO lança Plano de Resposta e Ação Antecipatória para enfrentar o impacto do fenômeno El Niño na América Latina

©FAO
21/08/2023

A iniciativa busca mobilizar US$ 36,9 milhões para prestar apoio a mais de um milhão de pessoas na Bolívia, Colômbia, Equador, El Salvador, Guatemala, Honduras, Nicarágua, Peru e Venezuela.

Santiago – A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) lançou um plano de resposta e ação antecipatória com o objetivo de mobilizar US$ 36,9 milhões para prestar assistência a comunidades vulneráveis ​​na América Latina que enfrentam o impacto potencial do fenômeno El Niño.

O plano, anunciado no âmbito do Mês da Assistência Humanitária (comemorado oficialmente em 19 de agosto), visa apoiar 1.160.000 pessoas na República Plurinacional da Bolívia, Colômbia, Equador, El Salvador, Guatemala, Honduras, Nicarágua, Peru e República Bolivariana República da Venezuela. 

Desde junho deste ano, a FAO começou a implementar ações antecipadas para mitigar os possíveis impactos associados ao fenômeno El Niño sobre os meios de subsistência agrícolas e a segurança alimentar em Honduras, El Salvador, Nicarágua e Guatemala, atuando antecipadamente para reduzir as necessidades humanitárias e aumentar a resiliência. Nos próximos meses, também serão prestados apoios a famílias produtoras sob risco de El Niño, principalmente povos indígenas, na Colômbia, Bolívia, Equador e Venezuela.

O plano de resposta e ação antecipatória anunciado visa somar apoio aos esforços atuais para expandir essas intervenções, ajudando as famílias mais afetadas e fortalecendo a segurança alimentar das populações.

“A situação na América Latina e no Caribe requer uma resposta conjunta e urgente. Instamos aos governos, às organizações não governamentais e ao setor privado a se unirem para proteger a segurança alimentar e a subsistência das famílias rurais mais vulneráveis ​​diante do cenário crítico que representa o El Niño para nós. Esses esforços não apenas reduzirão o impacto potencial desse fenômeno, mas também permitirão construir resiliência para enfrentar a mudança climática e a variabilidade climática que também assola a região hoje", disse Mario Lubetkin, Subdiretor Geral e Regional Representante da FAO para América Latina e Caribe.

As medidas propostas no plano de ação e resposta antecipada incluem a entrega de sementes resistentes à seca, apoio à recolha, armazenamento e gestão de água, ajuda pecuniária, formação em gestão de recursos hídricos e ações de proteção do gado, pesca artesanal e plantações.

Esse plano de resposta faz parte de uma chamada global que busca arrecadar fundos para enfrentar o fenômeno El Niño e incorpora, além da América Latina, países de outras regiões, como África e Ásia-Pacífico. No total, busca mobilizar US$ 88,9 milhões para atender aproximadamente 2.600.000 de pessoas.

Risco para a Segurança Alimentar

Durante 2022, cerca de 17,8 milhões de pessoas na região experimentaram níveis agudos de insegurança alimentar em níveis de “crise” ou “emergência”, de acordo com o Relatório Global sobre Crises Alimentares. Este tipo de insegurança alimentar aguda (não crônica) aumentou na região e está ligada à deterioração dos meios de subsistência e a uma espiral de vulnerabilidade capaz de mergulhar as pessoas na pobreza. Para essas pessoas, em sua maioria rurais, qualquer novo choque ou estresse do El Niño terá um impacto devastador.

De acordo com o Sistema de Informação de Dados em Emergências (DIEM) apoiado pela FAO, a maioria dos produtores agrícolas no Corredor Seco são pequenos agricultores que já registram altos níveis de insegurança alimentar e enfrentam dificuldades no acesso a insumos, insumos agrícolas e veterinários, bem como para comercializar seus produtos.

Esta ferramenta, atualmente em uso na Colômbia, Guatemala, Honduras, El Salvador e Haiti –além de outros países do mundo–, foi recentemente premiada pelo Instituto de Investigação de Sistemas Ambientais, o maior provedor mundial de suporte para sistemas de informação geográfica.

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