FAO no Brasil

FAO faz apelo urgente para reforçar a biossegurança na pecuária e na aquicultura para responder à crescente procura global de proteínas

24/11/2023

O escritório da Organização para a América Latina e o Caribe realizou um evento onde foi enfatizado que a adoção deste tipo de medidas é fundamental para prevenir a propagação de doenças entre os animais, fazendo um forte apelo para que os governos e o setor privado contribuam, principalmente apoiando pequenos produtores.

Santiago de Chile – O escritório da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) para a América Latina e o Caribe, realizou o webinar “É melhor prevenir do que curar: Fortalecendo a Biossegurança na Pecuária e Aquicultura da América Latina e do Caribe”, onde um apelo enfático foi feito para que os países adotassem medidas de biossegurança nos sistemas produtivos.

Isto se deve à necessidade de produzir mais para atender à crescente demanda, salvaguardando a subsistência de milhões de trabalhadores e famílias da região e cuidando da sustentabilidade do meio ambiente, dos animais e da saúde pública.

Segundo estimativas da FAO, na América Latina e no Caribe existem cerca de 15 milhões de pessoas que dependem da agricultura, número que inclui o mundo da pecuária. Em contrapartida, quase 2 milhões de trabalhadores dependem economicamente da pesca e da aquicultura. 

A maioria são pequenos produtores e famílias que produzem um excedente mínimo para comercialização, sendo uma das suas principais fontes de renda. 

Em um mundo em que a população cresce ano após ano, com uma crise ambiental que se intensifica, com menos água, solos degradados e perda de biodiversidade, maiores esforços devem ser feitos para produzir alimentos de forma mais eficiente, com menos recursos. Estima-se que até 2050, 9 mil milhões de pessoas terão de ser alimentadas, o que poderá ser gerado através de um aumento, por exemplo, da produção agrícola, mas com recursos que se tornarão cada vez mais limitados.

A reunião sobre Biodiversidade na Aquicultura e Pecuária contou com apresentações de especialistas como Victoria Alday, diretora de Biossegurança, Programas de Criadores e Pesquisa e Desenvolvimento NAQUA, Arábia Saudita; Melba Reantaso, Oficial de Aquicultura e Especialista Internacional em Biossegurança da FAO, Roma; Leopoldo del Barrio, Coordenador de Prevenção e Controle da Resistência Antimicrobiana (RAM); Melissa McLaws, Especialista em Gestão de Riscos da FAO; e Alejandro Rivera, especialista em saúde animal da FAO.

“Um ambiente melhor é a base para uma melhor produção, melhor nutrição e uma vida melhor. O aumento e a intensificação da produção transformaram a forma como os animais são criados e manejados, apresentando desafios de saúde como o surgimento de doenças endêmicas (reaparecimento) e exóticas. Devemos visar a melhoria progressiva da biossegurança através de práticas sustentáveis, resilientes e inclusivas, explicou Andrés González, Diretor de Pecuária Sustentável, Saúde Animal e Biodiversidade da FAO para a América Latina e o Caribe.

Neste contexto, a implementação de medidas para reduzir os riscos para a aquicultura e a saúde pecuária deve ser considerada em toda a cadeia de valor dos países, empresas e centros de produção, bem como nas práticas dos produtores. 

Material genético seguro, vacinação, vigilância de doenças, uso responsável e prudente de antimicrobianos, gestão de resíduos, formação e planos de preparação para emergências, entre outros, fizeram parte das recomendações abordadas no evento.

“A biossegurança, além de proteger a saúde animal, é crucial para a segurança alimentar e nutricional e para a saúde pública. Nesse sentido, a colaboração público-privada, o desenvolvimento científico, a inovação e a tecnologia são essenciais para garantir a saúde dos animais e das pessoas, salvaguardando ao mesmo tempo o meio ambiente e a biodiversidade", disse José Aguilar Manjarrez, Oficial de Pesca e Pesca da FAO Aquicultura para a América Latina e o Caribe.

Biossegurança e prevenção da propagação de doenças

Surtos recentes de doenças, como a influenza aviária altamente patogênica e o seu impacto na indústria avícola, representaram uma ameaça considerável para comunidades vulneráveis.

A rápida mutação de alguns vírus demonstrou o risco potencial de que estas doenças tenham elevada transmissibilidade intraespécie, mas também de que tenham a opção de afetar outras.

Foi assim que a Influenza Aviária afetou o continente americano nas últimas temporadas, e não apenas as aves produtivas (como galinhas, patos ou perus), mas também gerando danos incalculáveis ​​às aves selvagens e migratórias, e por sua vez impactando milhares de mamíferos marinhos e seres humanos.

Este risco, destacou a FAO, obriga os governos a colocar especial ênfase na melhoria das medidas de biossegurança para proteger a propagação de agentes patogênicos emergentes, com o risco de enfrentar novas epidemias.

 

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