O diretor-geral da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), QU Dongyu, prometeu intensificar os esforços para lidar com o trabalho infantil na agricultura por meio de um programa de trabalho específico dentro do Programa Estratégico da FAO.

''Este ano, intensificaremos nossos esforços para fortalecer as capacidades de uma ampla gama de atores agrícolas para incluir a prevenção do trabalho infantil e o emprego de jovens nestes trabalhos'', enfatizou o diretor-geral durante o evento virtual de lançamento do Ano Internacional para a Eliminação do Trabalho Infantil 2021, organizado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT).

“Políticas, programas e investimentos relacionados aos sistemas agroalimentares precisam abordar as raízes do trabalho infantil, incluindo a pobreza familiar”, acrescentou, visto que a pandemia global de COVID-19 também exerce mais pressão sobre as famílias pobres e vulneráveis. O diretor-geral destacou que “nós precisamos de um avanço na agricultura, onde o trabalho infantil é frequentemente encontrado”.

Este ano, a FAO organizará uma série de consultas regionais e um evento global sobre Trabalho Infantil na Agricultura será realizado em novembro para aumentar a conscientização e promover boas práticas, disse o diretor-geral, observando que os resultados desse evento contribuirão de forma significativa para a V Conferência Global sobre Trabalho Infantil em 2022.

Qu também enfatizou que a FAO continuaria a desempenhar um papel central na Parceria Internacional de Cooperação no Trabalho Infantil e Agricultura, que foi estabelecida pela FAO e pela OIT com outras organizações em 2007.

O diretor-geral da OIT, Guy Ryder, abriu o evento observando que há 100 milhões de crianças a menos no trabalho agora do que na virada do século, enquanto clama por maiores compromissos para erradicar o trabalho infantil, que muitas vezes ocorre em situações de conflito e fragilidade.

A diretora executiva do UNICEF, Henrietta Fore, indicou que o trabalho infantil foi exacerbado pelo aumento da pobreza, leis de proteção fracas e práticas culturais em alguns países, mesmo antes da pandemia de COVID-19 piorar a situação das famílias vulneráveis.

Representantes de governos, organizações de trabalhadores e empregadores, organizações internacionais e sociedade civil descreveram como pretendem erradicar o trabalho infantil até 2025.

O ganhador do Prêmio Nobel da Paz, Kailash Satyarthi, e Amar Lal, advogado de direitos humanos e sobrevivente do trabalho infantil, também participaram do evento de lançamento.