FAO no Brasil

Programação da Jornada das Águas e Rota da Integração fomenta desenvolvimento de cadeias produtivas brasileiras

Foto: João Carlos Araújo/SEBRAE
29/10/2021

Durante a segunda quinzena de outubro, a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) participou da programação da Jornada das Águas e a Rota da Integração, promovida pelo Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), em parceria com o SEBRAE, Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) e FAO. O objetivo da iniciativa foi destacar o potencial produtivo das regiões que fazem parte das Rotas de Integração Nacional, redes de arranjos produtivos locais associadas a cadeias produtivas estratégicas capazes de promover a inclusão e o desenvolvimento sustentável das regiões brasileiras.

Para o representante adjunto da FAO no Brasil, Gustavo Chianca, a iniciativa realizada em parceria entre as organizações é muito importante, pois as Rotas de Integração Nacional proporcionam o desenvolvimento a partir de atividades inclusivas, sustentáveis e resilientes. “A FAO acredita que é imprescindível a colaboração entre governos e atores-chave, para o desenvolvimento regional integrado aos três pilares da sustentabilidade: social, econômica e ambiental”, defendeu.

Ao todo, a programação da Jornada das Águas e Rota da Integração passou por oito Estados. Entre eles, as cidades de São Roque de Minas (MG), Parnaíba (PI) e Água Branca (AL) contaram com exposições de produtos produzidos pelas Rotas do Mel, Cordeiro e Leite. Em Juazeiro (BA), um workshop sobre fruticultura discutiu as possibilidades de desenvolvimento da atividade no semiárido brasileiro.

Segundo dados do SOFI, relatório lançado pela FAO em julho de 2021, o país tem quase 50 milhões de pessoas em situação de insegurança alimentar moderada ou grave, e cerca de 41% das famílias passaram a consumir menos frutas, legumes, verduras e outros alimentos não industrializados durante a pandemia de covid-19, sendo obrigadas a diminuir a qualidade nutricional de seus alimentos.

Durante sua participação em Juazeiro, Tiago Queiroz, gerente de operações da FAO no Brasil, lembrou estes dados e destacou que estamos vivendo uma oportunidade única de enxergar todas as nossas lacunas. “Dialogar sobre o papel das Rotas de Integração para a segurança alimentar é essencial para se pensar em soluções, trazendo experiências inovadoras e potentes de regiões, a exemplo da Bahia, que já fazem a diferença no fortalecimento da produção, abastecimento e consumo”, explicou.

A FAO preconiza em seu marco estratégico, uma transformação dos sistemas agroalimentares a partir dos 4 melhores: melhor produção, melhor nutrição, melhor ambiente e melhor qualidade de vida. O desenvolvimento de estratégias a exemplo das Rotas de Integração Nacional, são um exemplo de como é possível avançar para o alcance dos quatro melhores, principalmente em um mundo pós-pandemia. 

No município de Água Branca, a oficial de comunicação da FAO no Brasil, Aline Czezacki, ressaltou também, a importância de um olhar atento sob a perspectiva de gênero para a redução das desigualdades no campo. “Com a pandemia e com as medidas impostas de isolamento e distanciamento social, a mulher do campo precisou cuidar ainda mais da família, da casa, dos filhos e idosos, e esse trabalho sobrecarregou a trabalhadora que, além e cumprir todas essas funções, ainda trabalha no campo. Precisamos pensar como podemos garantir mais acesso, mais oportunidades para a mulher rural, que tem papel central na produção de alimentos”.