FAO no Brasil

Índice de preços de alimentos da FAO se mantém inalterado em setembro

©UN/Aleksandar Dimishkovski
06/10/2023

A alta nos preços mundiais do milho e do açúcar foi compensada pela queda nos preços dos óleos vegetais

Roma - A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) informou que a média geral dos preços internacionais dos produtos alimentícios permaneceu praticamente estável em setembro, já que as quedas nos preços do óleo vegetal, dos laticínios e da carne foram compensadas por aumentos significativos nos preços do açúcar e do milho. 

O índice de preços de alimentos da FAO, que acompanha mensalmente os valores internacionais das commodities alimentícias comercializadas globalmente, atingiu a média de 121,5 pontos em setembro, em comparação com 121,4 pontos em agosto. O índice se manteve 10,7% abaixo do valor de um ano atrás e 24% abaixo do pico atingido em março de 2022.

O índice de preços de cereais da FAO subiu 1,0% em relação ao mês passado, principalmente devido a um aumento de 7,0% nos preços internacionais do milho, impulsionado pela forte demanda por suprimentos do Brasil, pela desaceleração das vendas dos agricultores na Argentina e pelo aumento das taxas de frete do transporte marítimo devido à redução dos níveis de água no rio Mississippi, nos Estados Unidos. Os preços internacionais do trigo caíram 1,6%, devido à ampla oferta e às boas perspectivas de produção na Rússia, e o índice de preços da FAO para todos os tipos de arroz caiu 0,5%, graças à baixa demanda de importação.

O índice de preços de óleos vegetais da FAO apresenta redução de 3,9% desde agosto, devido à queda nas cotações internacionais dos óleos de palma, girassol, soja e colza, impulsionada, em parte, pela alta produção sazonal e pela oferta elevada de produtos voltados à exportação em todo o mundo.

O índice de preços do açúcar da FAO registrou aumento de 9,8%, atingindo seu nível mais alto desde novembro de 2010, em meio a crescentes preocupações com a possibilidade de maior escassez da oferta global na próxima temporada. As previsões iniciais apontam para uma diminuição da produção na Tailândia e na Índia, os dois principais produtores, associada à prevalência do fenômeno El Niño. No Brasil, o bom desempenho das safras atuais, em decorrência das condições climáticas favoráveis, limitaram o aumento mês a mês dos preços mundiais do açúcar.

O índice de preços de laticínios da FAO registrou baixa de 2,3% em relação a agosto, a nona queda consecutiva, devido à menor demanda global por importações e aos grandes estoques nas principais regiões produtoras. A relativa desvalorização do euro em relação ao dólar americano também afetou os preços internacionais dos laticínios.

O índice de preços de carnes da FAO caiu 1,0% em comparação com o mês anterior, devido a uma combinação de fraca demanda de importação e ampla disponibilidade global de produtos para exportação, o que resultou em preços mais baixos para as carnes suína, de aves e ovina. Em contrapartida, a forte demanda por importação de carne magra, especialmente nos Estado Unidos, levou a uma recuperação nos preços internacionais da carne bovina.

Previsão de estoques mundiais de cereais em níveis recordes

A FAO elevou sua previsão para a produção mundial de cereais em 2023 para 2.819 milhões de toneladas, um aumento de 0,9% em relação ao ano anterior. Esse incremento deve-se quase que inteiramente às mais recentes estimativas positivas de produtividade referentes à Rússia e à Ucrânia, em comparação com as expectativas iniciais, devido à continuidade das condições climáticas favoráveis, enquanto a produção do Canadá deverá ser significativamente menor devido à persistência do clima seco nas principais áreas de cultivo. 

A FAO estima a produção mundial de trigo em 785 milhões de toneladas, a produção de grãos graúdos em 1.511 milhões de toneladas (2,7% a mais do que em 2022) e a produção de arroz em 523,1 milhões de toneladas.

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