@MDSA, Rafael Zart

Evento foi realizado em parceria com o Ministério de Desenvolvimento Social e Agrário

Brasília – Garantir a sustentabilidade futura do planeta diante dos impactos causados pelas mudanças climáticas requer atenção de todos e alteração de práticas tanto na agricultura, como nos sistemas alimentares. Essa foi a principal mensagem do evento em celebração ao Dia Mundial da Alimentação realizado pelo escritório da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) no Brasil, em parceria com Ministério de Desenvolvimento Social e Agrário (MDSA).

Na cerimônia de abertura, o representante da FAO no Brasil, Alan Bojanic disse que a FAO escolheu o tema das mudanças climáticas porque um dos grandes problemas relacionado com as alterações do clima é a segurança alimentar. As pessoas mais pobres do mundo – muitas das quais são agricultores e pescadores – são as mais afetadas pelas altas temperaturas e pelo aumento da frequência de desastres naturais ligados as mudanças no clima.        

“Por isso, precisamos mudar nossas posturas atuais, o que inclui novas formas de praticar a agricultura, alterar os padrões de consumo, diminuir o desperdício e as perdas de alimentos. Cabe a nós implementar a gestão sustentável dos recursos naturais, melhorar a gestão e fertilidade dos solos, melhorar a captação de CO2 em florestas, entre outros ”, afirmou.

O ministro do Desenvolvimento Social e Agrário, Osmar Terra, ressaltou que a segurança alimentar não deve sair da pauta dos governos. “Todos esses compromissos de fortalecer a segurança alimentar já estão no novo Plano de Segurança Alimentar e Nutricional para o período 2016/2019”, acrescentou o ministro. 

O diretor-geral do Serviço Florestal Brasileiro (SFB), órgão vinculado ao Ministério do Meio Ambiente, Raimundo Deusdará Filho, participou também do evento e afirmou que já há o engajamento da área florestal na questão. “Floresta em algum momento é plantar e colher. Isso tem todo um simbolismo e relevância quando se fala em mudanças climáticas. Somos solidários com esse dia e reafirmamos o compromisso com a FAO, com a qual realizamos vários projetos em conjunto, desenvolvendo estratégias para o uso sustentável da floresta”, disse.

Futuro requer mudanças

O presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Maurício Lopes proferiu a palestra magna do evento. Lopes citou os desafios para as próximas décadas e apontou a agricultura como uma das alternativas de enfrentamento às mudanças climáticas. “Ao analisar um contexto mais amplo, que envolve o processo de urbanização e os avanços tecnológicos que estamos assistindo, percebemos o quanto as alternativas e soluções para enfrentar esses temas passam pela agricultura”, ressaltou.

Sobre o Brasil, Maurício Lopes citou importância do Programa ABC Agricultura de Baixo Carbono. Segundo o presidente da Embrapa o programa brasileiro é um dos maiores do mundo e contribui para a adoção de práticas sustentáveis na agricultura brasileira. Outra iniciativa destacada pela Embrapa é o Sistema Integração, Lavoura e Pecuária uma estratégia para maximizar os efeitos desejáveis no ambiente, aliando o aumento da produtividade com a conservação de recursos naturais no processo de intensificação de uso das áreas já desmatadas no Brasil.

Mulheres Rurais e a Segurança Alimentar

O evento do Dia Mundial da Alimentação também celebrou o Dia Internacional das Mulheres Rurais. A oficial a cargo do escritório da ONU Mulheres Brasil, Ana Carolina Querino, falou sobre o papel das mulheres rurais na garantia da segurança alimentar. As mulheres rurais representam quase metade da força de trabalho agrícola do mundo. “A segurança alimentar passa necessariamente pelas mulheres rurais e todos os países devem fortalecer e criar políticas de apoio ao trabalho dessas agricultoras”. 

Alimentação saudável

Para encerrar o evento, os participantes puderam acompanhar uma apresentação de alunos de uma escola pública de Brasília sobre a importância da alimentação saudável. As crianças dançaram e recitaram um texto sobre os hábitos saudáveis adquiridos na escola. A FAO também ofereceu um coffee break apenas com produtos da agricultura familiar e com destaque para os produtos típicos do cerrado brasileiro.