@FAO/Max Valencia

Estratégias e ações para reduzir e prevenir perdas e desperdícios de alimentos na América Latina e no Caribe foram abordadas em um diálogo regional

Santiago do Chile – O Escritório Regional da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) na América Latina e no Caribe, juntamente com o Banco Interamericano de Desenvolvimento, o Ministério da Agricultura da Argentina, e a Frente Parlamentar Contra a Fome, comemorou o Dia Internacional da Conscientização sobre a Perda e o Desperdício de Alimentos por meio de um evento onde foram compartilhadas iniciativas e ações para mitigar o impacto desse problema na segurança alimentar e no desenvolvimento da região.

Durante o encontro, os participantes fizeram um apelo para priorizar, no topo das agendas políticas, mecanismos para prevenir a perda e o desperdício de alimentos na América Latina e no Caribe, região que registra altos níveis de insegurança alimentar e o maior custo de dietas saudáveis.

No mundo, 14% dos alimentos são perdidos após a colheita até o varejo e 17% são desperdiçados no varejo e nas residências. Isso ocorre ao mesmo tempo em que 828 milhões de pessoas passam fome em todo o mundo. Na região da América Latina e Caribe, 11,6% dos alimentos são perdidos, o equivalente a 220 milhões de toneladas por ano.

“A região tem um dos custos mais altos do mundo para o acesso a uma dieta saudável, superando 4 dólares por dia, e muitos dos alimentos saudáveis, como frutas e hortaliças que contribuem para a nutrição e a saúde das pessoas, são os que mais se perdem e desperdiçam”, alertou Mario Lubetkin, Representante Regional da FAO para a América Latina e o Caribe.

Lubetkin acrescentou que para acabar com as perdas e os desperdícios de alimentos, são necessárias ações colaborativas entre os setores público e privado, a ciência e as pessoas, “para contribuir para a definição de políticas públicas, regulamentações e leis, investimentos e inovações”.

Desde 2019, a Organização das Nações Unidas declarou o dia 29 de setembro como o Dia Internacional de Conscientização sobre a Perda e o Desperdício de Alimentos no mundo, com o objetivo de conscientizar toda a sociedade sobre a importância desse tema e avançar no cumprimento do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 12, para garantir padrões sustentáveis ​​de consumo e produção.

O subsecretário de Alimentação, Bioeconomia e Desenvolvimento Regional da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Pesca da República Argentina, Luis Contigini, participou do evento, que enfatizou a necessidade de inovar processos e alianças para gerar programas de prevenção e alcançar o cumprimento da Agenda 2030.

Por sua vez, Jairo Flores, Coordenador Regional da Frente Parlamentar Contra a Fome na América Latina e no Caribe, destacou que em um contexto de aumento dos preços da cesta básica e fertilizantes, a gestão da perda e do desperdício é uma responsabilidade que deve ser assumida com vontade política traduzida em leis e regulamentos que garantam o direito das pessoas à alimentação.

Germán Sturzenegger, Coordenador da Plataforma Sem Desperdício do Banco Interamericano de Desenvolvimento, enfatizou a necessidade de responder de forma urgente e abrangente à redução de perdas e desperdícios de alimentos com a participação de governos, setor privado e consumidores, por meio do fortalecimento de capacidades.

Também participaram do evento Catalina Suárez, coordenadora para LATAM da Rede Global de Bancos de Alimentos, Yamandú Orsí, Prefeito de Canelones, Uruguai e Presidente da Rede de Cidades Intermediárias e Sistemas Agroalimentares, Francisco Javier Salcedo, Gerente Geral de Corabastos, Presidente da FLAMA e Camilo Montes, Diretor da Aliança Latino-Americana de Associações da Indústria de Alimentos e Bebidas – ALAIAB, que, junto com especialistas da FAO, compartilhou recomendações e estratégias com mais de 600 participantes para articular esforços e combater a perda e o desperdício de alimentos.