FAO no Brasil

Diretor-Geral da FAO aplaude lançamento da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza

25/07/2024

Novo mecanismo de desenvolvimento estabelecido pelo Brasil durante a reunião ministerial do G20 será sediado na sede da FAO em Roma


24 de julho de 2024 – Rio de Janeiro
– Qu Dongyu, Diretor-Geral da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), elogiou o Presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, por colocar a segurança alimentar no centro da agenda do G20 e mobilizar o apoio global para combater a fome por meio do lançamento da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza. Qu acompanhou o Presidente Lula na Reunião Ministerial da Força-Tarefa da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza do G20, no Rio de Janeiro, que anunciou oficialmente a nova iniciativa global.

“A Aliança permitirá a implementação em larga escala de instrumentos políticos baseados em evidências, liderados e implementados por cada país, para erradicar a fome e a pobreza por meio de seus pilares nacional, de conhecimento e financeiro”, disse o Diretor-Geral, acrescentando que a FAO está comprometida em apoiar sua implementação eficaz e em sediar o mecanismo de apoio em sua sede em Roma.

“Será fundamental levar conhecimento, experiência e histórias de sucesso para as partes do mundo onde mais se necessita”, acrescentou.

Colocando o mundo de volta nos trilhos

A Aliança Global contra a Fome e a Pobreza visa aproveitar o impulso político e galvanizar a ação coletiva, permitir a mobilização de recursos e melhorar o alinhamento do apoio doméstico e internacional a programas e políticas voltados ao combate à fome e à pobreza.

A participação na Aliança está aberta a todos os países, e o plano é que o mecanismo, sediado na FAO, sirva de base logística e de coordenação para uma abordagem descentralizada e inovadora de desenvolvimento que aspire a oferecer custos de transação reduzidos, mitigar riscos para maximizar os retornos dos investimentos dos doadores, alcançar economias de escala e escopo, flexibilidade e colaboração para fomentar modalidades de cofinanciamento, financiamento misto e outras de uma gama mais ampla de doadores.

Prevê-se que a Aliança se concentre no apoio a políticas públicas nacionais, sejam elas refeições escolares, transferências de renda ou esquemas de armazenamento de água, o que constitui uma abordagem diferenciada em comparação com muitos modelos atuais de assistência ao desenvolvimento. Os acordos políticos alcançados hoje pavimentam o caminho para o lançamento da aliança em novembro.


Aprendendo com a América do Sul

Iniciativas inovadoras como a Aliança Global ou a própria Iniciativa Hand-in-Hand da FAO são necessárias, uma vez que os níveis globais de fome e segurança alimentar permaneceram praticamente os mesmos nos últimos três anos, como destacado pelo relatório anual da FAO, O Estado da Insegurança Alimentar e Nutricional no Mundo 2024 (SOFI), lançado aqui hoje. Mais de 730 milhões de pessoas em todo o mundo enfrentaram fome em 2023, e mais de 2,3 bilhões estavam em situação de insegurança alimentar moderada ou grave.

Embora as tendências globais indiquem a necessidade de mudanças imediatas e transformadoras, há progressos encorajadores em algumas áreas, especialmente na América do Sul e em algumas sub-regiões da Ásia Meridional, ambas as quais reduziram o número de pessoas que enfrentam a fome.

A América do Sul está, de fato, a caminho de alcançar a Meta 2 de Desenvolvimento Sustentável – Fome Zero – até 2030, disse o Diretor-Geral da FAO. “Precisamos construir sobre o progresso alcançado nesta região e compartilhar esta experiência com outras regiões, especialmente a África”, disse Qu.

Alcançar a segurança alimentar sustentável em nível global exigirá transformar os sistemas agroalimentares de várias maneiras. Dada a escala do esforço, é urgente que a atenção priorize as populações mais vulneráveis e que os doadores e parceiros internacionais se tornem mais tolerantes ao risco, acrescentou Qu.

Estado da Insegurança Alimentar e Nutricional no Mundo 2024