FAO no Brasil

Representante da FAO conhece técnicas de combate à desertificação da Embrapa Semiárido

21/08/2024

Nesta terça-feira (20), o Representante da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) no Brasil, Jorge Meza, esteve na sede da Embrapa Semiárido, em Petrolina (PE).  O objetivo da visita foi conhecer as iniciativas da Embrapa voltadas para a sustentabilidade dos sistemas de produção agrícola da região impactada por processos de desertificação.

Durante o encontro, Meza reuniu-se com a Chefe-Geral da Embrapa Semiárido, Maria Auxiliadora Coêlho de Lima, o Chefe Adjunto de Pesquisa e Desenvolvimento, Anderson Ramos de Oliveira, e outros pesquisadores da Instituição para discutir possíveis parcerias. Foram abordados temas como a importância do umbuzeiro para a região, estratégias de manejo florestal e de sementes, e tecnologias de captação e armazenamento de água.

Após a reunião, Meza visitou o Campo Experimental da Caatinga para conhecer de perto as tecnologias e práticas desenvolvidas pela Embrapa. O roteiro incluiu uma visita ao Banco de Germoplasma de Umbuzeiro, onde a equipe da Embrapa apresentou informações sobre o manejo e a produtividade dessa espécie nativa, importante para a geração de renda em comunidades rurais da região. Ele também visitou uma área dedicada a tecnologias para captação e armazenamento de água da chuva, a exemplo da barragem subterrânea.

A visita foi concluída com um breve passeio pela Trilha Ecológica da Caatinga, onde Meza pôde observar algumas das espécies nativas, como o facheiro. Essa experiência proporcionou ao representante da FAO uma visão da biodiversidade e das soluções sustentáveis que a Embrapa está implementando no bioma.

Para Meza, as trocas entre a FAO e a Embrapa são valiosas para que se avance na mitigação às mudanças climáticas no Semiárido brasileiro. “As pesquisas desenvolvidas pela Embrapa viabilizam soluções acessíveis para os agricultores que enfrentam o desafio da seca. Para a FAO, é muito importante conhecer essas técnicas, pois assim podemos otimizar a implementação dos nossos projetos na região, aplicando os conhecimentos gerados aqui”, afirma.

O Semiárido brasileiro abrange 12% do território brasileiro e engloba municípios em todos os estados do Nordeste, parte de Minas Gerais e Espírito Santo. Muitos deles enfrentam secas cada vez mais intensas e frequentes, potencializadas pelo aquecimento global. A perda de vegetação e a degradação do solo afetam os serviços ecossistêmicos essenciais, como a regulação do clima e o ciclo da água, gerando insegurança alimentar, pobreza e migração.

Para enfrentar esses desafios, a FAO, em parceria com o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) e com financiamento do Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF), lançou o projeto REDESER.  Com o slogan "Revertendo o Processo de Desertificação nas Áreas Suscetíveis do Brasil – Práticas Agroflorestais Sustentáveis e Conservação da Biodiversidade", a iniciativa busca interromper e reverter a desertificação em áreas críticas do semiárido nordestino, promovendo a gestão sustentável dos recursos naturais. A Embrapa Semiárido é parceira na implementação.

REDESER

Realizado em 14 municípios nos estados do Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Bahia e Alagoas, o REDESER visa implementar práticas que incentivem a conservação ambiental e uma agricultura resiliente ao clima. A expectativa é que 900 mil hectares sejam geridos de forma sustentável, beneficiando cerca de 1.500 produtores e ampliando a oferta de alimentos saudáveis para o mercado local.

O REDESER introduz um conjunto de boas práticas e de inovações para o fortalecimento do bioma Caatinga e para o combate à desertificação, pois insere um conjunto de estratégias focadas em: transformação da caatinga em um laboratório de oportunidades e inovação; fortalecimento do capital social para o combate à desertificação; promoção de gestão ambiental qualificada na Caatinga e é um programa inovador de combate à desertificação com uso sustentável dos recursos naturais.