FAO no Brasil

A FAO vê o comércio aberto como um pilar fundamental da segurança alimentar global

14/09/2024

O Diretor-Geral QU Dongyu discursou em sessão do G20 sobre Sistemas Alimentares Sustentáveis e Comércio Agrícola

Na reunião, o Diretor-Geral afirmou que o comércio facilita o acesso a maiores quantidades e a preços mais baixos para todos os alimentos e contribui significativamente para a diversidade alimentar, dobrando a quantidade de produtos oferecidos pelos países

13/09/2024, Chapada dos Guimarães – O G20 pode contribuir significativamente para a segurança alimentar global, na medida em que promove a transparência de mercado, evita a adoção de restrições comerciais e revitaliza as negociações agrícolas na Organização Mundial do Comércio (OMC), disse nesta sexta-feira (13) o Diretor-Geral da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), QU Dongyu, durante uma reunião de ministros da agricultura do G20 no Brasil.

A FAO tem sido defensora dos benefícios do comércio aberto e baseado em regras para a segurança alimentar global. Políticas comerciais que promovem a abertura e reduzem barreiras não só ajudam a estabilizar os preços dos alimentos e a garantir um fornecimento constante de produtos alimentares diversos, mas também fomentam a cooperação internacional. Ao participar do comércio, os países podem trocar conhecimentos, tecnologias e melhores práticas, o que pode aprimorar as práticas agrícolas e aumentar a resiliência às mudanças climáticas, disse Qu.

De acordo com a análise de dados da FAO, o comércio facilita o acesso a maiores quantidades e a preços mais baixos para todos os alimentos e contribui significativamente para a diversidade alimentar, dobrando o número de produtos fornecidos pelos países. O Diretor-Geral afirmou que esses efeitos são significativos para os países importadores líquidos de alimentos, confirmando mais uma vez, por meio de dados e evidências concretas, que o comércio agrícola é essencial para a segurança alimentar e nutricional global.

Em seu discurso na reunião de ministros da agricultura do G20 sobre Sistemas Alimentares Sustentáveis e Comércio Agrícola, realizada em Chapada dos Guimarães, o Diretor-Geral pediu ao G20 que continue promovendo a transparência do mercado, por meio, por exemplo, do Sistema de Informação sobre Mercados Agrícolas (AMIS), do qual a FAO é um membro-chave, e oferecendo suporte na forma de dados e informações.

Qu também destacou os efeitos prejudiciais das restrições comerciais, que podem perturbar o equilíbrio entre oferta e demanda de alimentos em diferentes regiões. Essas restrições não só prejudicam a segurança alimentar global, mas também criam um efeito dominó entre os países, ampliando o problema e, em última análise, minando os esforços globais para garantir um fornecimento estável e acessível de alimentos para todos, ele alertou.

Por fim, o G20 deve ajudar a revitalizar as negociações agrícolas na OMC.
"O multilateralismo e um sistema de comércio multilateral livre, justo, previsível, não discriminatório e baseado em regras são fundamentais para promover o desenvolvimento agrícola e rural e contribuir para a segurança alimentar global e a melhoria da nutrição", disse Qu.

Transformação dos sistemas agroalimentares

Tendo em vista que os sistemas agroalimentares globais enfrentam pressões sem precedentes, é crucial transformá-los para serem mais eficientes, mais inclusivos, mais resilientes e mais sustentáveis, a fim de garantir a segurança alimentar, a sustentabilidade ambiental e a prosperidade econômica para as gerações futuras, disse o Diretor-Geral.

Isso envolve produzir mais com menos, adotando práticas que minimizem os impactos ambientais, como emissões de gases de efeito estufa e preservação da biodiversidade. Também envolve otimizar o uso de insumos como água, energia, pesticidas e fertilizantes e reduzir as perdas de alimentos. Técnicas como plantio direto, manejo integrado de pragas e diversificação de culturas ajudam a reduzir o uso de agroquímicos, melhorar a saúde do solo e aumentar a biodiversidade.

Ao mesmo tempo, a inovação e a tecnologia desempenham um papel crucial no avanço dos sistemas agroalimentares sustentáveis - desde a agricultura de precisão e a agricultura digital até a biotecnologia e as energias renováveis.

"Investindo em pesquisa e desenvolvimento, podemos desbloquear novas soluções para os desafios enfrentados por nossos sistemas agroalimentares e impulsionar o progresso rumo a um futuro mais sustentável", disse QU.

Outro aspecto importante dos sistemas agroalimentares sustentáveis é a promoção da equidade social. Isso envolve garantir que todas as pessoas tenham acesso a alimentos nutritivos e acessíveis e apoiar os meios de subsistência de pequenos agricultores e comunidades rurais.

Nesse contexto, o Quadro Estratégico da FAO 2022-2031 é construído em torno do conceito dos Quatro Melhores: Melhor Produção, Melhor Nutrição, Melhor Ambiente e Melhor Qualidade de Vida – não deixando ninguém para trás.