Na semana em que se comemorou o Dia das Nações Unidas para a Cooperação Sul-Sul, foi realizada em Brasília a 5ª Reunião do Comitê Consultivo do Programa de Cooperação Internacional Brasil-FAO, no dia 13 de setembro. Desde 2009, o governo brasileiro e a FAO atuam juntos em prol do desenvolvimento sustentável, humano e institucional de parceiros de diversos países da América Latina e do Caribe.

 Atualmente, o Programa desenvolve projetos de cooperação na modalidade Sul-Sul trilateral nas áreas de alimentação escolar, fortalecimento do setor algodoeiro, governança responsável da terra, agricultura familiar e apoio aos sistemas produtivos em países do Corredor Seco Centro-Americano. 

 A responsável pela cooperação Sul-Sul com organismos internacionais da Agência Brasileira de Cooperação do Ministério das Relações Exteriores (ABC/MRE), Cecília Malaguti, destacou o Programa de Cooperação entre o Brasil e a FAO como “uma referência para o desenho de outras parceiras na região”. Malaguti explicou que a iniciativa se enquadra na modalidade de cooperação Sul-Sul trilateral e busca contribuir para a criação e o compartilhamento de conhecimentos entre os parceiros, fundamentada na governança e na implementação conjuntas.

 Maya Takagi, líder regional do programa do Escritório Regional da FAO, ressaltou a importância da cooperação Sul-Sul trilateral para fortalecer as capacidades dos países da região por meio do compartilhamento de experiências do Brasil nos temas de agricultura familiar, segurança alimentar, produção sustentável e inclusão produtiva. “O Brasil é o parceiro mais importante da região da América Latina e do Caribe. São mais de 15 anos de colaboração ininterrupta, onde estamos buscando inovar na governança, com a realização deste comitê consultivo”.

Agendas futuras e novas instituições brasileiras cooperantes

 Estiveram presentes representantes do Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação (FNDE), do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB), do Ministério do Meio Ambiente (MMA), do Ministério da Pesca e Aquicultura, do Instituto Brasileiro do Algodão (IBA) e do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS).

 As instituições participantes dialogaram sobre temas da agenda atual do governo que poderiam compor novas iniciativas no âmbito do Programa, com novas instituições brasileiras. Entre os temas levantados estão o da bioeconomia, da contaminação pelo uso de plásticos e dos recursos genéticos.

 A CONAB manifestou recentemente a intenção de iniciar as negociações para o estabelecimento de um projeto no tema de sistemas públicos de abastecimento de alimentos. Já com MDS, será iniciado em breve o desenho de um projeto de cooperação no tema de segurança alimentar.

 Os representantes das instituições brasileiras cooperantes (IBC) que já fazem parte da cooperação manifestaram em suas falas a importância do Programa e os avanços em países da região, como no caso dos marcos legais em alimentação escolar e a consolidação da Rede de Alimentação Escolar Sustentável (RAES); a agricultura sustentável e uso de máquinas e tecnologias para a cadeia do algodão; o fortalecimento do acesso à terra e governança fundiária; o apoio a participação da sociedade civil em instancias regionais com a Reunião Especializada da Agricultura Familiar do Mercosul (REAF Mercosul); o apoio na gestão de recursos hídricos em países da América Central, entre outros.