Rio de Janeiro – O Diretor-Geral da FAO, Qu Dongyu, visitou neste domingo a Associação de Pescadores e Pescadoras Artesanais da Reserva Extrativista Marinha e Lagoa de Itaipu (Appreili), no Brasil. A visita ocorreu paralelamente ao encontro do G20 no Rio de Janeiro e permitiu à FAO conhecer melhor a realidade dos pescadores e pescadoras que se dedicam à preservação das práticas locais e à sustentabilidade da comunidade.

Desde 2023, a comunidade participa do Mercado de Economia Solidária de Itaipu, onde comercializa peixes embalados a vácuo e congelados, pescados poucos dias antes do dia de feira, realizado aos sábados. O grupo é formado por 80 pescadores artesanais da Reserva Extrativista Marinha de Itaipu, uma área protegida onde a pesca sustentável é praticada desde 2013. Entre as inovações recentes está a introdução da conserva de peixe-serra, feita a partir de uma espécie relacionada ao bonito, que possui baixo valor comercial.

Durante sua estadia no Brasil, o Diretor-Geral também participou da assinatura de dois acordos: o Marco de Programação por País (CPF) para 2024-2027 e o novo projeto de Cooperação Sul-Sul com o Brasil, voltado para a promoção de sistemas alimentares urbanos na América Latina e no Caribe.

O CPF estabelece as prioridades para a cooperação bilateral técnica e estratégica entre a FAO e a Agência Brasileira de Cooperação do Ministério das Relações Exteriores (ABC), alinhando os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) globais com metas específicas para o Brasil. O novo projeto de cooperação, realizado em parceria com o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), busca melhorar a segurança alimentar e reduzir a pobreza entre as populações mais vulneráveis nas áreas urbanas e periurbanas da região.

A cerimônia de assinatura foi realizada no Palácio do Itamaraty, no Rio de Janeiro, com a presença do Subdiretor-Geral e Representante Regional da FAO para a América Latina e o Caribe, Mario Lubetkin, e do Diretor da ABC, Embaixador Ruy Pereira, como signatários.

Também participaram da cerimônia o Ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), Wellington Dias; o Ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), Paulo Teixeira; e o Secretário Nacional da Pesca Artesanal, Cristiano Ramalho.

Durante o evento, Qu enfatizou que a FAO oferecerá total apoio e colaboração ao governo brasileiro para erradicar a fome, elogiando ainda os esforços do presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesse enfrentamento.

“A presença dos três Ministérios aqui hoje para a assinatura do Marco de Programação por País entre a FAO e o Brasil envia um forte sinal político sobre a importância da Cooperação Internacional sob a liderança do presidente Lula. A cooperação internacional é extremamente importante para o sucesso da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza”, afirmou Qu.

Os acordos têm como objetivo transformar os sistemas agroalimentares por meio da promoção da inclusão social e econômica. Lubetkin destacou que a parceria entre a FAO e o Brasil é uma referência internacional, mencionando os avanços do país no combate à fome e à pobreza, bem como seu papel de liderança na Aliança Global contra a Fome e a Pobreza.

Pereira ressaltou o momento de renovação da parceria bilateral e a importância de promover discussões estratégicas para uma cooperação de longo prazo entre a FAO e o Brasil.

O Marco de Programação por País (CPF) para 2024-2027 foca em áreas-chave, como segurança alimentar e nutricional, agricultura familiar, pesca e aquicultura sustentáveis, governança e gestão colaborativa dos recursos naturais, mitigação das mudanças climáticas, desenvolvimento rural e fortalecimento das cadeias de valor agrícolas sustentáveis.

Esse programa está alinhado com o Marco Estratégico Global da FAO para 2022-2031 e apoia os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

O Programa de Cooperação Internacional destaca a importância da Cooperação Sul-Sul e Triangular. O novo projeto visa melhorar o acesso e o consumo de alimentos saudáveis, reduzir as desigualdades, fortalecer sistemas alimentares sustentáveis e resilientes e promover a cooperação entre cidades.