As feiras da agricultura familiar como território de práticas alimentares e sociabilidades
Este trabalho apresenta alguns resultados e discussões sobre pesquisa concluída que se desenvolve em torno das relações entre agricultores-feirantes e consumidores, referente ao processo de comercialização e às demais interações possíveis, em dois municípios do Oeste do Paraná: Marechal Cândido Rondon e Medianeira. Os objetivos: analisar o significado e a importância das feiras para os atores envolvidos; analisar as representações das feiras nas práticas alimentares envolvendo hábitos, cultura, identidades alimentares e identidades produtivas. A abordagem teórica norteadora do trabalho é da sociologia e antropologia rural e socioantropologia da alimentação. A metodologia foi essencialmente qualitativa, com aplicação de entrevista semiestruturada a 12 agricultores-feirantes; 10 consumidores em Marechal Cândido Rondon e 10 agricultores-feirantes; 10 consumidores em Medianeira. Dentre alguns resultados, é possível inferir que os frequentadores das feiras são atraídos não apenas pela opção de alimentos de origem que consideram como sendo mais confiável, mas também porque o espaço da feira lhes proporciona importantes interações com os agricultores e com outros frequentadores. Para os agricultores, a feira é uma importante fonte de renda, mas também é uma manifestação enquanto representação social, de suas peculiaridades como atores fundamentais no processo da cultura e da segurança alimentar. Neste sentido, é muito importante manter os espaços das feiras, compreendendo-as como lugares de resistência no processo socioalimentar contemporâneo e de articulação nas relações de sociabilidade local.