Programa de Cooperação Internacional Brasil-FAO

Curso virtual de alimentação escolar mobilizou quase 1.800 pessoas

Durante seis semanas, profissionais da Colômbia, Guatemala e Peru participaram do curso “Alimentação escolar como estratégia educativa para uma vida saudável” e refletiram sobre conceitos e práticas de educação alimentar e nutricional na alimentação escolar.

Santiago do Chile, 9 de dezembro de 2020 - O curso Alimentação escolar como estratégia educacional para uma vida saudável promoveu sua última sessão virtual no dia 8 de dezembro, ao vivo, para encerrar o ciclo de seis semanas em que profissionais das áreas de educação, saúde, nutrição, agricultura da Colômbia, Guatemala e Peru fortaleceram suas capacidades por meio de uma série de conteúdos e temas relacionados com programas de alimentação escolar na região.

Divididos em 12 aulas virtuais, com carga horária total de 90 horas, os participantes se conectaram via Twitter, YouTube ou Facebook da FAO, promovendo assim um acesso democrático e mais amplo às experiências concretas apresentadas sobre o tema em vários países como Brasil, El Salvador, República Dominicana, entre outros. Os vídeos somaram mais de 20 mil visualizações, entre alunos e interessados ​​no assunto que acessaram as sessões ao vivo ou pré-gravadas por meio das redes sociais.

O curso foi promovido pelo projeto regional Consolidação de Programas de Alimentação Escolar (PAE) na América Latina e Caribe, executado pelo Programa de Cooperação Internacional Brasil-FAO. A capacitação integra as ações da Rede de Alimentação Escolar Sustentável promovida pela Agência Brasileira de Cooperação do Ministério das Relações Exteriores (ABC/MRE), Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação do Ministério da Educação (FNDE/MEC) e Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO).

Na abertura, o Representante da FAO no Brasil, Rafael Zavala, destacou o importante papel da alimentação escolar como estratégia para combater problemas relacionados a má nutrição na região como a obesidade, além de favorecer um círculo virtuoso de políticas sociais como a educação, saúde e agricultura.

Flavia Schwartzman, coordenadora do curso, apresentou um breve panorama do perfil dos alunos, do qual participaram 635 profissionais da Guatemala, 598 do Peru e 525 da Colômbia. Em relação à metodologia, destacou a ampla gama de conteúdo, a comunicação direta com os participantes com o apoio de tutores, a construção do conhecimento por meio das boas práticas apresentadas, entre outras inovações.

Reflexões finais

As jovens estudantes da Escola Cantón San Isidro, de El Salvador, Maria Belén Guirola e Vanessa Carcamo contaram sobre suas experiências no projeto Jovens Facilitadores de SAN, no qual receberam capacitação em iniciativas para uma alimentação mais adequada e saudável. Para Maria Belén “foi uma mudança na minha vida comer saudável”. Por sua vez, Vanessa Carcamo, comentou sobre a importância das lanchonetes com alimentação mais saudável e da promoção de hortas escolares. Ela também disse que com a pandemia, ela e sua família começaram uma horta em casa "para continuar com uma alimentação melhor".

Três alunos do curso deram seus testemunhos e refletiram sobre as lições aprendidas. Maira Lambraño, engenheira de alimentos da Colômbia, considerou o curso muito importante para ampliar seus conhecimentos. “Precisamos ser agentes de mudança em nosso país, no nosso entorno”, afirmou. Do Peru, o professor Santiago Zuta destacou a questão das hortas escolares que foi abordada nas aulas, comentando que estas permitem o desenvolvimento de uma série de atividades pedagógicas. “As hortas escolares são uma ferramenta importante para o trabalho pedagógico, permitindo o envolvimento de professores e pais”. Para Norma Moran, contadora da Guatemala: “esse conhecimento deve ser colocado em prática nas comunidades”, afirmou.

Ricardo Rapallo, representante da FAO Guatemala, avaliou os esforços que vêm sendo desenvolvidos nos últimos anos pelo Ministério da Educação do país e que “fizeram a diferença na pandemia, fornecendo alimentos às crianças”. Jeannete Cacacho, do Ministério da Educação da Guatemala destacou o trabalho em equipe para a realização do curso.

Michela Espinosa, da FAO Colômbia, também avaliou positivamente o curso com vistas a fortalecer o programa de alimentação escolar do país. A mesma opinião foi defendida por Ana Maria Sierra, Diretora de Qualidade e Segurança da Alimentação Escolar da Colômbia, que também comentou sobre a importância da formação de profissionais que atuam na alimentação escolar do país.

Enrique Roman, Representante da FAO Peru, destacou que o curso faz parte do esforço para desenvolver a política de educação alimentar e nutricional do país, que neste cenário de pandemia não pode parar, agora mais do que nunca: “a melhor vacina para a boa saúde é uma alimentação saudável”.

Nas palavras finais da última sessão, Bruno Silva, Assessor do FNDE, destacou que a cooperação para a troca de experiências entre diferentes países e atores envolvidos na alimentação escolar permite gerar boas ideias que podem ser colocadas em prática nos países da região. Por sua vez, Paola Barbieri, Analista de Projetos da ABC/MRE, ressaltou que o curso se diferenciou dos demais pela diversidade de recursos de comunicação utilizados e que atingiu um número significativo de profissionais nos três países. “O curso vai servir de experiência para outras iniciativas da cooperação”, disse.

A coordenadora do projeto Consolidação de Programas de Alimentação Escolar, Najla Veloso, encerrou o evento agradecendo o grande esforço de muitas mãos para oferecer esses elementos de reflexão e de aprendizagem a quase 1.800 profissionais do Peru, Colômbia e Guatemala. Najla disse que a política pública de alimentação escolar, mesmo com a pandemia, encerra o ano de 2020 com mais força, pois já há pessoas mais qualificada e com maior comprometimento para enfrentar a desnutrição, obesidade e fome na região.

Curso

O curso Alimentação escolar como estratégia educacional para uma vida saudável, totalmente virtual, foi dirigido a professores, diretores de escolas, nutricionistas, responsáveis ​​por programas de alimentação escolar em municípios ou secretarias, gestores de nível nacional, técnicos, entre outros. Os participantes contaram com diversos recursos como textos, livro de conteúdo, vídeos e outros materiais de comunicação pedagógica para promover a discussão e reflexão sobre a temática da alimentação escolar nos três países. Todas as aulas virtuais estão disponíveis aqui.

Os conteúdos foram desenvolvidos pelo projeto regional Consolidação de Programas de Alimentação Escolar na América Latina e Caribe, com o apoio dos governos participantes por meio de um comitê de conteúdo formado para que os temas fossem relacionados e adequados à realidade local de cada um dos países. O curso foi dividido em quatro unidades temáticas: O direito humano à alimentação adequada, a segurança alimentar e nutricional e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável; Programas de alimentação escolar sustentável; Educação alimentar e nutricional no âmbito da alimentação escolar; e Hortas escolares com enfoque pedagógico. Além disso, foi abordada a questão da biossegurança para o retorno às escolas.