Programa de Cooperação Internacional Brasil-FAO

Brasil, Guatemala, El Salvador, Honduras e FAO trabalharão juntos para mitigar os efeitos da seca no Corredor Seco da América Central

A missão técnica possibilitou conhecer as características agroclimáticas e socioeconômicas nas quais vivem as populações mais vulneráveis do Corredor Seco, especialmente na Guatemala.

Cidade de Guatemala, 27 de setembro de 2022 - No âmbito do Programa de Cooperação Internacional Brasil-FAO, o governo brasileiro, por meio da Agência Brasileira de Cooperação do Ministério das Relações Exteriores (ABC/MRE) e da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) unem esforços para apoiar os países do Corredor Seco Centro-Americano na mitigação dos efeitos das secas na região. 

A equipe concordou com o escopo de um projeto sub-regional com ênfase no desenho de um sistema de zoneamento de risco climático agrícola, identificando possíveis ações de cooperação sul-sul trilateral vinculadas a áreas de zoneamento técnico. 

Além disso, estabeleceu quem são as principais instituições cooperantes e interessadas que farão parte dos comitês para a implementação do projeto em três áreas (territorial, nacional e sub-regional). Da mesma forma, acordou um roteiro de ações de cada parte interessada, com início de sua execução a partir do primeiro trimestre de 2023. 

Durante uma semana, de 19 a 23 de setembro, representantes da ABC/MRE, FAO e dos governos da Guatemala, Honduras e El Salvador estiveram em missão na Cidade da Guatemala e município de Chiquimula para discutir as principais linhas de trabalho do projeto que será desenvolvido a partir uma perspectiva sub-regional e conhecer as características do Corredor Seco dos três países, que ficou a cargo dos representantes dos Governos, que compartilharam os pontos fortes e as necessidades dos territórios, climatologia, taxonomia do solo, fenologia de sementes e capacidade dos agricultores. 

O projeto sub-regional em construção faz parte das iniciativas do projeto Iniciativa América Latina e o Caribe sem Fome 2025, do Programa de Cooperação Internacional Brasil-FAO e, segundo o coordenador do projeto, Ronaldo Ferraz, busca enfrentar os desafios comuns desses três países do Corredor Seco. 

Como parte das instituições brasileiras cooperantes, participaram representantes da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), da Associação Brasileira de Empresas de Assistência Técnica e Extensão Rural (Asbraer) e da Universidade Estadual de Campinas (FUNCAMP/Unicamp), que compartilharam as experiências de Brasil no planejamento, assistência técnica e extensão rural para o desenvolvimento ambiental, econômico e social sustentável dos agricultores rurais. 

O Coordenador Sub-regional da FAO para a América Central, Adoniram Sanches, destacou que o papel da cooperação Sul-Sul permite a troca de conhecimento e o vínculo com a tecnologia e a ciência, dada a oferta de instituições cooperantes e a demanda dos governos, comprometendo a FAO a ser uma plataforma ágil para provocar o intercâmbio internacional. 

O coordenador do projeto, Ronaldo Ferraz, avaliou que a missão foi muito produtiva "vamos desenvolver uma cooperação sul-sul trilateral com os países do Corredor Seco Centro-Americano, com foco nas questões de zoneamento agrícola de risco climático e hídrico gestão". 

Da mesma forma, Carolina Smid, analista de projetos da ABC/MRE, explicou que durante a missão, especialistas brasileiros tiveram a oportunidade de conhecer como os eventos climáticos afetam os pequenos produtores da Guatemala. Também foi possível obter informações relevantes para a elaboração do projeto que beneficiará Honduras, Guatemala e El Salvador. 

Na agenda, reuniões de consulta e validação da proposta do projeto e visitas técnicas de campo ao município de Chiquimula incluíram conhecer as ações desenvolvidas pela FAO Guatemala em favor da microbacia do rio Shusho, no povoado de El Palmar. Essa iniciativa possibilitou um estudo sobre a escassez hídrica em conjunto com a academia para promover ações que possibilitem a sustentabilidade e a criação de um comitê respaldado pela prefeitura e dirigido pelos moradores. 

Na aldeia de El Jocote, em Chiquimula, conversaram com mulheres líderes da Associação de Mulheres Progressistas, que compartilharam boas práticas agrícolas e hídricas, como o cultivo de mais de 14.000 plantas, a geração de um banco de sementes, a criação de reservas de água, entre outras ações.