Programa de Cooperação Internacional Brasil-FAO

Alunos do curso sobre alimentação escolar no Brasil visitam agricultores familiares

O segundo encontro presencial promoveu um dia de campo no qual os participantes conheceram um pouco das experiências de agricultoras familiares que comercializam sua produção para a alimentação escolar.

Foto: Palova Souza/FAO

Brasília, Brasil, 1 de junho 2017 - Os participantes do segundo encontro presencial do curso Alimentação Escolar: desenvolvimento de programas sustentáveis a partir do caso brasileiro tiveram um dia de campo na última quarta-feira (31), com uma visita ao assentamento Chapadinha, no Distrito Federal, onde vivem 40 famílias de agricultores e agricultoras familiares. O primeiro encontro foi realizado em Brasília, no início de maio.

A turma do curso, formado por cerca de 25 participantes, conheceu um pouco da experiência do grupo Raízes da Terra, formado por aproximadamente 12 mulheres agricultoras que vivem no assentamento. Elas produzem diversos legumes, verduras e frutas que são comercializados para a alimentação escolar e outros programas de compras governamentais, além de vendidos em feiras livres de Brasília.

Durante a manhã no assentamento, a turma visitou diversas propriedades rurais onde conheceram as experiências de produção orgânica da agricultura familiar e de plantio em sistema agroflorestal. 

Teoria e prática

A tutora do curso, Flavia Schwartzman, explica que a metodologia do curso é interessante porque associa as leituras com a prática, proporcionando momentos de troca de experiencias sobre alimentação escolar, agricultura familiar, educação alimentar e nutricional. “As visitas de campo são uma das estratégias para mostrar aos participantes alguns elementos que estão sendo discutidos no curso na prática”.

O curso Alimentação Escolar: desenvolvimento de programas sustentáveis a partir do caso brasileiro é realizado, em 2017,  no Brasil em outros seis países da América Latina, com o objetivo de promover uma reflexão e fortalecer o debate sobre a alimentação escolar em termos de políticas de desenvolvimento e proteção social, tendo o programa brasileiro como referência.

A edição brasileira do curso conta com a participação de gestores públicos, profissionais dos Centros Colaboradores de Alimentação e Nutrição Escolar (CECANEs), técnicos do FNDE e de outras instituições governamentais, professores e representantes da sociedade civil de áreas relacionadas a alimentação escolar, nutrição e segurança alimentar, agricultura e educação. 

Aprendizagem por meio de hortas pedagógicas

No período da tarde, o tema foi hortas escolares para uso pedagógico, com uma oficina sobre o tema. Foi destacada a importância das hortas para a valorização dos hábitos alimentares ancestrais e da alimentação saudável, além de possibilitar a aprendizagem dos estudantes em diversas disciplinas por meio do manejo nas hortas.

A horta tem a finalidade de facilitar a aprendizagem dos estudantes de maneira lúdica, saudável e articulada com as diversas áreas do conhecimento. Além disso, orienta os estudantes para que melhorem os hábitos alimentares e cria a cultura de alimentar-se de forma adequada e saudável.

O curso é promovido pelo projeto regional de fortalecimento de programas de alimentação escolar, do Programa de Cooperação Internacional Brasil-FAO. Conta com o apoio do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) e da Agência Brasileira de Cooperação (ABC), e está inserido no objetivo estratégico da FAO de contribuir para a eliminação da fome, da insegurança alimentar e má nutrição. Atualmente, 13 países da América Latina e do Caribe participam do projeto. 

 A alimentação escolar na agenda regional

A coordenadora regional do projeto, Najla Veloso, explica que nos últimos anos, a alimentação escolar tem tido mais importância na agenda política da região. Exemplo disso é o Plano SAN CELAC 2025 que recomenda em seu Pilar 3 a universalização dos programas de alimentação escolar, a promoção de ambientes alimentares saudáveis nas escolas, a incorporação da educação alimentar e nutricional no currículo escolar de maneira transversal, o estabelecimento de cardápios saudáveis e o fomento de compras da agricultura familiar.

"Os países da região têm procurado construir uma nova visão de programas de alimentação escolar, adotando o tema como política social sob o princípio do direito humano à alimentação adequada", ressaltou Veloso.