FAO in Mozambique

Celebrações do Dia Mundial da Alimentação com foco na migração

Representantes da FAO, PMA & OIM durante a conferência de imprensa
16/10/2017

Mudar o futuro da migração. Investir em segurança alimentar e desenvolvimento rural foi o tema que conduziu as celebrações do Dia Mundial da Alimentação em todo o mundo. Em Moçambique, a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e A Agricultura (FAO) e outras agências das Nações Unidas como o Programa Mundial para a Alimentação (PMA) e Organização Internacional para Migrações (OIM) juntaram-se nesta data que também assinala mais um aniversário da FAO.

Durante uma conferência de imprensa conjunta alusiva a data, o Representante da FAO em Moçambique destacou que infelizmente em 2016 houve um aumento de cerca de 38 milhões de pessoas sofrendo de fome comparativamente com o ano de 2015 (777 milhões), um aumento em grande parte devido a conflitos, secas e inundações ao redor do mundo o que faz com que a maioria dos pobres e muitos jovens rurais, especialmente na África subsaariana, migrem na ausência de oportunidades produtivas.

O mundo enfrenta actualmente o maior movimento de refugiados e migrantes, e as mudanças climáticas são uma das causas profundas do número elevado de pessoas forçadas a migrar. Só entre 2008 e 2015, uma média de 26.4 milhões de pessoas se deslocaram anualmente devido a desastres climáticos ou relacionados com eventos meteorológicos extremos.

Segundo a representante da OIM Katharina Schnoering “Os desafios continuam a ser grandes e exigirão respostas mais unidas dos governos, do sistema das Nações Unidas, da sociedade civil, do sector privado, da academia e de todos os outros actores relevantes, tendo acrescentado que nos próximos meses,  os Estados terão a oportunidade de discutir e negociar parcerias e estabelecer compromissos para o desenvolvimento do Pacto Global para uma Migração Segura, Ordenada e Regular”.

Schnoering disse ainda que “espera que este Pacto ajude a abrir o caminho para o fortalecimento da governação global na migração e, especificamente, para estratégias e acções mais concretas sobre como avançar para o alcance dos compromissos ambiciosos dos ODS referentes à segurança alimentar e à migração”.

Em representação do PMA, Karin Manente considerou que “investindo no meio rural, empoderando os pequenos agricultores, especialmente as mulheres, é uma maneira directa para se melhorar a segurança alimentar e atacar no seu seio uma das causas principais do conflito e da migração”. 

Moçambique acolhe actualmente mais de 20 mil refugiados (9000 deles no Campo de Refugiados de Maratane, onde agências da ONU (PMA, UNHCR, UNHABITAT e FAO) trabalham em colaboração com o Governo para melhor acolhê-los e fortalecer os meios de vida.

Numa actividade conjunta, estas agências participaram das celebrações do Dia Mundial da Alimentação no campo de refugiados de Maratane através da promoção de palestras sobre alimetação saudável, medidas de saneamento, demonstrações culinárias e uma feira de saúde.

O programa da FAO em Maratane apoia os refugiados através de subsídios para que eles possam desenvolver o seu auto-sustento através da agricultura e da pecuária.