FAO in Mozambique

FAO apoia migrantes no Centro de Refugiados de Maratane

Anicete e sua companheira
21/11/2017

Moçambique acolhe actualmente mais de 20 mil refugiados (9,000 deles no Campo de Refugiados de Maratane, onde agências da ONU (PMA, UNHCR, UNHABITAT e FAO) trabalham em colaboração com o Governo para melhor acolhê-los e fortalecer os meios de vida através do projecto "Modos de Vida (ou meios de subsistência) para soluções duráveis:" realçando a auto- suficiência em situação de refugiados prolongada".

A FAO em Maratane está a apoiar um grupo de refugiados através de subsídios para que eles possam desenvolver o seu auto-sustento através da agricultura e da pecuária.

Anicete Nyirynkwaya é um refugiado oriundo do Congo que vive em Maratane há mais de 10 anos e um dos beneficiários do programa. Anicete conta que perdeu a mulher e os filhos durante a guerra e não pensa em voltar para a sua terra natal. No centro onde ele tenta reconstruir a vida juntou-se a sua nova mulher também refugiada oriunda do Burundi com a qual tem 3 filhos. Através do programa da FAO Anicete recebeu 300 pintos para iniciar a actividade de produção de frangos.

"Já não tenho força para trabalhos pesados. Com este apoio espero conseguir fazer um bom negócio, vender e duplicar a criação nos próximos meses para sustentar a minha família" conta.

Anicete faz parte de um programa que vai abranger 1,300 beneficiários, entre refugiados e nativos de Maratane que serão alocados nas áreas de agricultura e pecuária.

Esta acção se enquadra no tema deste ano para o Dia Mundial da Alimentação em todo o mundo "Mudar o futuro da migração. Investir em segurança alimentar e desenvolvimento rural".

A escolha do tema para este ano deve-se ao facto de o mundo estar a enfrentar actualmente o maior movimento de refugiados e migrantes, e as mudanças climáticas são uma das causas profundas do número elevado de pessoas forçadas a migrar. Só entre 2008 e 2015, uma média de 26.4 milhões de pessoas se deslocaram anualmente devido a desastres climáticos ou relacionados com eventos meteorológicos extremos.

Em 2018, a FAO e a Organização Internacional para as migrações presidirão o Grupo Mundial sobre Migração (GMM), um organismo inter-institucional que promove o diálogo sobre questões migratórias no âmbito internacional.