FAO in Mozambique

Bélgica contribui para melhoria da segurança alimentar e nutricional das populações afectadas pelo Ciclone Idai em Moçambique

A agricultura de subsistência é crucial para a economia e a segurança alimentar de Moçambique, com mais de 80 por cento da população dependente da agricultura
15/04/2019

Em meados de Março, o ciclone tropical Idai atingiu Moçambique, resultando em fortes chuvas e ventos, tendo assolado o interior da cidade de Beira e continuado através das províncias centrais, ameaçando vidas e meios de subsistência.

Embora a extensão total do impacto ainda esteja em avaliação, os relatórios iniciais das infraestruturas e meios de subsistência afectados incluem cerca de 3 000 km2 de terra submersa, mais de 58 600 casas danificadas e mais de 500 000 ha de colheitas destruídas, o que se espera que aumente significativamente a insegurança alimentar, dado que as inundações coincidiram com a principal época de colheita. Em 12 de Abril, foram confirmadas mais de 600 mortas e 146 mil foram deslocadas.

Moçambique foi severamente afectado pelo Ciclone Idai, com aproximadamente 1,85 milhões de pessoas com necessidades de assistência humanitária urgente nas províncias mais afectadas de Inhambane, Manica, Sofala, Tete e Zambézia.

Antes do desastre, até 1,78 milhões de pessoas em Moçambique já estavam em situação de insegurança alimentars (Fase 3 de Classificação da Segurança Alimentar Integrada e acima) - um número que pode aumentar à medida que a extensão do danos se tornar mais clara.

Uma contribuição da Bélgica para a FAO Moçambique através do Fundo Especial de Emergência e Reabilitação (SFERA) irá ajudar os agricultores em áreas devastadas pelo ciclone Idai a receber insumos agrícolas necessários e ter uma vantagem inicial sobre a iminente época secundária de plantio.

Nas províncias de Manica e Sofala, um número inicial de 15.000 agregados familiares vulneráveis - cerca de 75.000 pessoas - receberão kits agrícolas contendo enxadas, catanas e sementes de milho e feijão de maturação precoce que, uma vez semeadas, estarão prontas para colheita após apenas 90 dias. Só os agricultores dessas duas províncias produzem cerca de 25% da produção nacional de cereais, mas viram quase todos os seus esforços perdidos no Idai. A maioria perdeu todas ou grande parte de suas reservas de sementes, assim como as culturas permanentes que estavam prestes a colher.

A agricultura de subsistência é crucial para a economia e a segurança alimentar de Moçambique, com mais de 80 por cento da população dependente da agricultura para a sua subsistência e cerca de 99 por cento destes sendo pequenos agricultores. A contribuição da Bélgica irá apoiar, por conseguinte, o resultado global da melhoria da segurança alimentar e nutricional para as populações afectadas.