FAO in Mozambique

No Dia Mundial da Alimentação, FAO pede envolvimento do sector privado no combate à má nutrição

Intervenção da Oficial de Programas da FAO para Género e Nutrição, Felicidade Panguene no DMA
18/10/2019

Maputo, 18 de Outubro de 2019 - O Representante da FAO em Moçambique, Hernani Coelho da Silva, defende um maior envolvimento do sector privado na diversificação da produção de alimentos para combater a má nutrição no país. "Precisamos de um sector privado robusto e que possa influenciar positivamente a industria de sector alimentar, adoptando seus produtos às recomendações nutricionais", disse Hernani da Silva, falando durante as celebrações do Dia Mundial da Alimentação em Maputo.

Para Hernani da Silva, a adopção de medidas para produção de alimentos com maior valor nutritivo seria uma estratégia para combater a desnutrição, cujos níveis são altos no país."Existem soluções para reduzir a fome e má nutrição, mas para tal exige uma participação activa de todos, sem excepção", acrescenta o representante da Fao em Moçambique.

Hernani da Silva destacou ainda que, neste combate, serão necessários incentivos e conhecimento, objetivos que só serão atingidos com a adoção de politicas, regulamentos e padrões de alimentos no país, além da definição de uma estratégia que leve em conta os desastres naturais.

"Múltiplos e consecutivos choques como a estiagem e pragas que afectaram grande parte da zona sul do país, ou os ciclones – como foram casos do Dineo, Idai e Kenneth, que fustigaram severamente o país – vieram aumentar ainda mais os desafios que enfrentamos no que diz respeito aos índices nacionais de desnutrição e insegurança alimentar", declarou.

Por sua vez, o Ministro da Agricultura e Segurança Alimentar, Higino de Marule, destacou os passos significativos que o Governo moçambicano vem dando na luta contra a insegurança alimentar, mas admite que há ainda um longo caminho pela frente."O nosso país deu passos significativos ao reduzir a prevalência de população sujeita a insegurança alimentar de 50% para 24% nos últimos dez anos. Mas apesar deste esforço persistem desafios ligados ao acesso de alimentos nutritivos e aos choques climáticos", observou o ministro.

O Governante acrescentou ainda que a prioridade dos planos do Governo tem sido as zonas rurais, cujos níveis de insegurança alimentar são preocupantes."Gostaríamos de continuar a contar com o apoio dos nossos parceiros de de cooperação e desenvolvimentos na implementação dos programas. Queremos aproveitar a oportunidade para o agradecer os nossos parceiros, em particular a FAO, que tem contribuído directa e indirectamente para garantia da segurança alimentar em Moçambique", concluiu o ministro.

Sob o tema dietas saudáveis, o Dia Mundial da Alimentação em Maputo contou com a presença da Coordenadora Residente das Naçoes Unidas em Moçambique, Myrta Kaulard, representantes de missões diplomáticas, quadros do Governo moçambicano e sociedade civil para debaterem sobre a situação das dietas saudáveis em Moçambique.

Segundo dados oficiais, os níveis de insegurança alimentar crónica estão nos 24% e a desnutrição crônica está em 43% em Moçambique, afetando principalmente o norte do país.