FAO in Mozambique

FAO capacita 29 facilitadores mestres em metodologias de extensão participativa

Facilitadores mestres graduados com facilitador M. Ochoa, Coordenador do PROMOVE Agribiz pela FAO D. Cipolla e Secretário Permanente de Gúruè, E. Sá no centro ©FAO/ Marta Barroso
16/10/2021

16 de Outubro de 2021, Gúruè (Zambézia) – Ao fim de 90 dias em Gúruè, entre uma sala de aula e uma sala sem paredes, num campo a cerca de 8 km dali, a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) encerrou, este sábado, uma formação de facilitadores mestres em metodologias de extensão participativa. Na formação participaram técnicos da FAO e de instituições parceiras, assim como de instituições de ensino agrário superior, que deverão agora promover uma agricultura sustentável orientada para segurança alimentar, nutrição e mercado de forma mais consolidada.

Máximo Ochoa, Especialista de Extensão Participativa da FAO no projecto PROMOVE Agribiz e facilitador da formação, reconhece "a confiança que os parceiros depositaram na FAO ao permitir que os seus técnicos se ausentassem por 3 meses dos seus locais de trabalho para participar na formação no sentido de melhorar os conhecimentos e capacidades de extensão agrária". Essa confiança, continua Ochoa, viu-se reflectida na participação de todos os presidentes, directores e delegados das mesmas instituições, que estiveram presentes na cerimónia de encerramento e graduação dos novos facilitadores mestres esta sexta-feira (15.10.). "A sua presença é um reconhecimento da importância da formação e reforça o nosso compromisso de fortalecer as nossas parcerias de forma a nos complementarmos no trabalho de promoção da agricultura sustentável".

A formação foi uma das actividades da FAO no âmbito do projecto PROMOVE Agribiz, financiado pela União Europeia, pelo Ministério Federal da Cooperação e do Desenvolvimento (BMZ) da Alemanha e pela FAO e implementado pela Agência de Cooperação Internacional (GIZ) da Alemanha, pela FAO, pela Avaliação de Impacto do Desenvolvimento (DIME) do Banco Mundial e pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento Sustentável (FNDS).

Embora fosse já um perito em temas como comercialização e marketing, financiamento rural, análise e avaliação de projectos agrários e gestão de agronegócio, o professor da Faculdade de Agronomia da Universidade Eduardo Mondlane, Bruno Lopes de Araújo, um dos participantes, afirma que, na formação, aprendeu aspectos práticos que melhoram a interacção com os produtores: "descobri que a melhor forma de identificar problemas e soluções é recorrendo a uma abordagem participativa em consulta e avaliação directas com as comunidades. Só assim, os resultados podem ser práticos e aplicáveis e, só assim, os produtores se apropriam de novas técnicas e práticas".

Ao longo de três meses, a formação focou em temas como abordagem de extensão participativa, maneio de solos, água e recursos naturais, sistemas de sementes, adaptação às mudanças climáticas, sistemas de produção como policultura, maneio integrado de pragas, colheita, pós-colheita e conservação da produção, pecuária, segurança alimentar, nutrição e segurança dos alimentos, organização de produtores, género, e-voucher e agronegócio.

Nancy Sandoca, engenheira agrónoma do Instituto de Investigação Agrária de Moçambique (IIAM), também participante da formação, espera, a partir de agora, "implementar nos campos experimentais do IIAM as técnicas e práticas de agricultura de conservação com especial foco na policultura e na utilização de sementes de variedades melhoradas".

O PROMOVE Agribiz visa contribuir para o aumento da segurança alimentar e a resiliência de pequenos produtores agrários, gerar emprego e criar uma base de crescimento económico inclusivo, ao mesmo tempo que estimula a competitividade rural nas províncias de Nampula e da Zambézia. O programa integra um conjunto de programas financiados pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento (FED) como abordagem integrada de desenvolvimento rural nas duas províncias.