Chefes de Missão da UE visitam projectos das agências alimentares da ONU na Província de Manica
No dia 21 de Maio, quatro Chefes de Missão da União Europeia em Moçambique visitaram projectos das agências alimentares das Nações Unidas – Organização para a Alimentação e a Agricultura (FAO), Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA) e Programa Mundial para a Alimentação (PMA) – na Província de Manica.
À comissão de visita dos Chefes de Missão, que incluía os embaixadores da União Europeia, Áustria, Holanda e Suécia, juntaram-se também adidos de Portugal e Alemanha. Ao longo da visita, as agências tiveram a oportunidade de mostrar a implementação dos seus projectos, permitindo ao mesmo tempo que os representantes diplomáticos tivessem uma compreensão mais profunda acerca da cooperação de desenvolvimento entre os parceiros em Moçambique.
O Programa "Acelerar o progresso rumo ao alcance do Objectivo de Desenvolvimento do Milénio 1c" (ODM1c), que visa reduzir a fome e melhorar a segurança alimentar e nutricional em Moçambique, está a ser financiado pela União Europeia com um total de 67 milhões de dólares norte-americanos além de 10 milhões do Governo de Moçambique. O programa iniciado em 2013 deverá ser concluído em 2018, abrangendo além de Manica outras seis províncias e 48 distritos.
A quinta de aquacultura de José Marizane
Na manhã de 21 de Maio, os representantes diplomáticos foram recebidos pela Administradora do Distrito de Gondola, Ana Chapo, e outras autoridades locais. O Representante da FAO em Moçambique, Castro Camarada, esteve também presente para os receber, juntamente com os oficiais de programa da FAO, FIDA e PMA. Antes da visita, Camarada tinha enfatizado que esta seria "uma boa oportunidade para destacar a abordagem multissectorial que as agências adoptam no apoio à agenda do Governo de Moçambique para erradicar a fome e malnutrição no país''. A Administradora, Ana Chapo, mostrou-se ávida acerca das actividades do programa ODM1c, que estão a ser implementadas no Distrito de Gondola, enfatizando, no seu discurso de abertura, que as actividades do ODM1c devem ser incluídas na futura planificação do distrito.
Em seguida, os diplomatas visitaram a propriedade de José Marizane, membro de um grupo de 55 piscicultores apoiados pelo FIDA no âmbito da intervenção do PROAQUA no Distrito de Gondola. Lá, os representantes diplomáticos puderam ver o impacto directo do Programa ODM1c. Explicando os efeitos positivos deste projecto, a Coordenadora do FIDA do Subprograma ODM1c, Maria Fernanda Arraes, disse que ''o PROAQUA está a apoiar os agricultores para que estes diversifiquem as suas actividades económicas através da aquacultura".
Ao mesmo tempo, continuou a Coordenadora do FIDA, "estes pequenos agricultores diversificam a sua dieta alimentar e aumentam o seu consumo de proteínas''. O Embaixador da União Europeia, Sven Kühn von Burgsdorff, manifestou a sua satisfação, em nome dos representantes, em visitar o projecto no terreno, destacando que a visita confirmou que "o programa ODM1c incentiva o compromisso e a iniciativa, o que permite que os agricultores aumentem não só a produção local, mas também o rendimento, cobrindo despesas tais como educação e saúde''.
Confirmação do compromisso em relação ao programa ODM1c
No período da tarde, os representantes das Nações Unidas promoveram um encontro entre as agências, os doadores e parceiros. O objectivo do encontro foi dar uma visão geral sobre a abordagem multissectorial que as agências estão a usar para acelerar a redução da subnutrição crónica em Moçambique. Na discussão que se seguiu, foram levantadas questões importantes, incluindo formas de maximizar o sucesso do programa. O Coordenador do Subprograma da FAO do ODM1c, Walter de Oliveira, sugeriu ''mais apoio do doador e do governo na implementação do Plano de Acção Multissectorial para a Redução da Desnutrição Crónica (PAMRDC) a nível distrital como forma de apoiar o alcance dos objectivos do ODM1c''.
Foram igualmente abordadas questões temáticas tais como a necessidade de diversificar a produção e o consumo de alimentos. A especialista em nutrição do PMA, Nádia Osman, explicou que, em Moçambique, muitas pessoas ainda interpretam a segurança alimentar como sendo a disponibilidade de cereais, tubérculos/raízes e legumes (isto é, feijões). Essa é uma interpretação limitada, advertiu, porque "não inclui nutrientes básicos de que as crianças precisam para terem um crescimento saudável". A falta dessa informação, disse, "pode agravar problemas como atraso no desenvolvimento intelectual da criança. Está é uma das questões com as quais o programa ODM1c está a lidar''.
No final da visita, os representantes diplomáticos reuniram-se com o Governador de Manica, Alberto Mondlane. No encontro, o Governador confirmou o compromisso das autoridades provinciais em seguir a abordagem multissectorial e holística no que toca à nutrição, de modo que a produção e a segurança alimentar locais possam ser abordadas num modelo adequado. Os representantes diplomáticos e o Representante da FAO responderam positivamente, comentando que ficaram impressionados com o compromisso demonstrado pelos administradores, pelas autoridades locais e pelo Governador da Província de Manica.