FAO in Mozambique

Novo projecto da FAO deverá aumentar segurança dos alimentos

FAO, Governo, sector privado e sociedade civil na apresentação do projecto
09/04/2015

Foi lançado esta quinta-feira (09.04.), em Maputo, o mais recente projecto da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) em Moçambique. O projecto "Fortalecimento dos meios de controlo da segurança dos alimentos, pragas e doenças de plantas e animais para melhorar a produtividade agrícola e o comércio na África Austral" tem como objectivo reduzir a incidência da eventualidade de contaminação dos alimentos, de pragas e doenças de animais e plantas bem como o seu impacto na produtividade das culturas alimentares, na pecuária, na pesca e nos recursos florestais de forma a aumentar o comércio seguro e contribuir para a melhoria da segurança alimentar e nutricional na região.

"Ameaças transfronteiriças, como pragas e doenças de plantas e animais, e questões relacionadas com a segurança dos alimentos", disse no lançamento do projecto o Representante da FAO em Moçambique, "restringem a concretização de todo um potencial da sub-região para um melhor desenvolvimento e alcance de uma agricultura sustentável". Castro Camarada referiu-se a pragas de culturas alimentares como as moscas da fruta, a lagarta invasora e o gafanhoto vermelho e a doenças transfronteiriças como a febre aftosa, a doença de Newcastle e a peste dos pequenos ruminantes.

Em Moçambique, o projecto deverá beneficiar tanto os produtores agrícolas, pecuários e pescadores como o Governo. De acordo com o Director Nacional dos Serviços de Veterinária, que representou o Ministério da Agricultura e Segurança Alimentar (MASA) no seminário desta quinta-feira, "o projecto está alinhado com os grandes desafios do país no que toca ao aumento da produção e da produtividade em culturas e produtos preconizados no programa do Governo". José Libombo disse ainda que "uma agricultura sustentável é de grande importância" não só em Moçambique, mas em toda a região da SADC, indo ao encontro do que referiu também o agrónomo da FAO, Sina Luchen: uma agricultura sustentável "assegura segurança alimentar e nutricional a todos os níveis, torna as comunidades mais resilientes, fomenta o comércio inter e intraregional e serve de suporte a economias vibrantes".

No seminário, em que participaram representantes do Governo e da FAO bem como do Município de Maputo, do sector privado e da sociedade civil, abordaram-se ainda os desafios da sustentabilidade da agricultura e do comércio na região, nomeadamente a ocorrência frequente de pragas e doenças de plantas e animais, o fraco conhecimento sobre segurança dos alimentos bem como uma fraca coordenação dos esforços nacionais e regionais entre os sectores-chave no que toca à abordagem de desafios.

O projecto, financiado pelo Fundo de Solidariedade para África (ASTF) e implementado pela FAO em parceria com a SADC e os respectivos governos num total de oito países (África do Sul, Angola, Botsuana, Madagáscar, Moçambique, Namíbia, Zâmbia e Zimbabué), pretende, ao longo de três anos, prestar assistência no sentido de melhorar a monitoria de pragas e doenças bem como a contaminação de alimentos e de responder rápida e adequadamente a questões de segurança alimentar e saúde de plantas e animais, contribuindo para um aumento da produção e produtividade agrícola e facilitando, portanto, o comércio regional.