FAO in Mozambique

Moçambique celebra Dia Mundial da Alimentação 2014

C. Camarada plantando uma árvore com uma aluna da Escola Primária de Lhanimane
31/10/2014

O empenho das crianças estava ali, na frente de todos. Concentradas na letra da canção, olhos bem abertos, costas direitas, em roupa para a ocasião. Este ano, a localidade de 3 de Fevereiro, no Distrito da Manhiça, Província de Maputo, foi a escolhida para a cerimónia oficial do Dia Mundial da Alimentação. Assim sendo, coube à Escola Primária de Lhanimane assumir a responsabilidade, dali em diante, pelas árvores que lá foram plantadas pelos alunos com os convidados: entre eles, o Secretário Permanente do Ministério da Agricultura (MINAG), Daniel Clemente, a Secretária Executiva do Secretariado Técnico de Segurança Alimentar e Nutricional (SETSAN), Marcela Libombo, bem como os representantes da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), Castro Camarada, do Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola (FIDA), Custódio Mucavel, e do Programa Mundial para a Alimentação (PMA), Abdoulaye Baldé, respectivamente.

"Celebramos todos os anos este dia para chamar a atenção para algo tão básico e, ao mesmo tempo, tão central nas nossas vidas: a alimentação", diria mais tarde o Representante da FAO no seu discurso. O Dia Mundial da Alimentação, que se assinala a 16 de Outubro, constitui precisamente uma oportunidade de reflexão sobre as várias formas de se combater a fome e de se garantir segurança alimentar no mundo.

"Em Moçambique", continuou Camarada, "assinalamos o dia para evocarmos a necessidade de redobrarmos esforços com vista à eliminação total da fome e desnutrição, uma vez que muitas são as pessoas que ainda carecem de uma alimentação adequada".

A refeição ideal tem sete cores como o arco-íris

No ano que foi designado pelas Nações Unidas "Ano Internacional da Agricultura Familiar", o tema que marcou o Dia Mundial da Alimentação "Agricultura familiar: alimentar o mundo, cuidar do planeta" foi escolhido em reconhecimento do papel que os agricultores familiares desempenham na erradicação da fome e da pobreza, na garantia de segurança alimentar e nutricional bem como na melhoria dos meios de subsistência, na gestão dos recursos naturais e na protecção do meio ambiente para o desenvolvimento sustentável, sobretudo nas zonas rurais. Os agricultores familiares contribuem em 80 por cento para a produção mundial de alimentos (em Moçambique são 3,2 milhões de explorações agrícolas que estão nas mãos de famílias).

Falando perante representantes do Governo e das agências das Nações Unidas, autoridades tradicionais e habitantes da localidade de 3 de Fevereiro, a Secretária Executiva do SETSAN, Marcela Libombo, deu à pergunta que fez à audiência "por que comemos?" a resposta mais simples: "para viver comemos."

"Se queremos viver com saúde," continuou Marcela Libombo, "devemos ter no prato pelo menos quatro a cinco cores" – desde o branco do arroz ao lilás da beringela, passando pelo castanho de uma carne bem passada e o vermelho de tomate maduro. "Idealmente, o prato deve ter 7 cores como o arco-íris". Contudo, ironicamente, muitos dos agrigultores familiares, celebrados no Ano Internacional da Agricultura Familiar, ainda integram o grupo daqueles que sofrem de insegurança alimentar e o seu prato, em muitos casos, não exibe sete cores.

O Dia Mundial da Alimentação, que marca o aniversário da fundação da FAO, é celebrado desde 1981 em mais de 150 países, entre eles Moçambique. Este ano, em particular, pretende-se aumentar o conhecimento e a compreensão sobre os desafios enfrentados pelos agricultores familiares e pequenos produtores.