FAO participa no primeiro Seminário Nacional sobre a Metodologia das EMCs
![](fileadmin/user_upload/country/news-img/medium_1_IMG_0407_SITE NOVA.jpg)
Terminou esta sexta-feira (31.07.) o primeiro "Seminário Nacional sobre a Metodologia das Escolas na Machamba do Camponês", que se realizou por dois dias na cidade da Beira, Província de Sofala.
O encontro realizado pela Direcção Nacional de Extensão Agrária (DNEA), em parceria com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), teve como objectivos: 1) avaliar os aspectos comuns e positivos da implementação das Escolas na Machamba do Camponês (EMCs) em Moçambique, 2) partilhar experiências desta metodologia a nível nacional e internacional através dos depoimentos dos convidados da FAO Roma e Malawi e 3) harmonizar e padronizar os critérios e estratégias de implementação das EMCs pelos diferentes actores em Moçambique. Durante o evento pretendeu-se ainda reflectir sobre as estratégias de operacionalização das EMCs de forma a manter os parâmetros básicos de qualidade na implementação desta metodologia de extensão.
Falando sobre a experiência da FAO no âmbito das EMCs, o oficial de programa da Organização, Eugénio Macamo, disse no evento que "é gratificante verificar que o movimento das EMCs cresceu e continua a registar uma evolução extraordinária no país desde 2002 quando foi introduzido pela FAO". Agora, continuou Macamo, "estamos perante uma nova fase em que passamos da implementação de vários projectos isolados para um programa de EMCs a nível nacional: há novos desafios e exigências, mas certamente encontraremos as soluções mais apropriadas para as EMCs no contexto do país". Neste sentido, o Director Nacional de Extensão Agrária, Fernando Mavie, afirmou que a "DNEA vai formular um Plano de Acção para apoiar as EMCs e reforçar o papel da DNEA na sua articulação com todos os actores envolvidos neste movimento visando partilhar experiências e boas práticas desta metodologia e aprender com elas".
Durante dois dias, abordaram-se temas como o desenho dos currículos e a definição do conteúdo temático, o estabelecimento e a implementação das EMCs, a mobilização de fundos bem como a gestão sustentável das EMCs.
A DNEA tem vindo a expandir a metodologia das EMCs no país como forma de disseminação de tecnologias e práticas agrárias aos produtores no âmbito da implementação do Plano Estratégico de Desenvolvimento do Sector Agrário (PEDSA). Com este Plano, o Governo de Moçambique pretende contribuir para a segurança alimentar e a renda dos produtores agrários de forma competitiva e sustentável, garantindo a equidade social e de género.
Os quatro pilares do PEDSA visam o aumento da produção e produtividade agrárias, a melhoria do acesso a mercados, o uso sustentável dos recursos naturais e o fortalecimento das instituições agrárias.
Segundo o Chefe do Departamento Técnico da DNEA, Inácio Nhancale, "as EMCs permitiram expandir a cobertura da rede de extensão, gerar renda e aumentar a produção e produtividade por parte dos camponeses ao experimentar novas tecnologias, reduzir as perdas pós-colheita e melhorar a qualidade de vida das famílias beneficiárias do programa".
Em Moçambique, as EMCs foram introduzidas na Província da Zambézia pela Direcção Provincial da Agricultura através de um financiamento do Banco Africano de Desenvolvimento com apoio técnico da FAO no quadro da cooperação Sul-Sul, no âmbito de um Programa Especial de Segurança Alimentar entre 2002 e 2005.