FAO in Mozambique

FAO participa no primeiro Seminário Nacional sobre a Metodologia das EMCs

Participantes do seminário
31/07/2015

Terminou esta sexta-feira (31.07.) o primeiro "Seminário Nacional sobre a Metodologia   das Escolas na Machamba do Camponês", que se realizou por dois dias na cidade   da Beira, Província de Sofala.

O encontro realizado pela Direcção Nacional de   Extensão Agrária (DNEA), em parceria com a Organização das Nações Unidas para   a Alimentação e a Agricultura (FAO), teve como objectivos: 1) avaliar os   aspectos comuns e positivos da implementação das Escolas na Machamba do   Camponês (EMCs) em Moçambique, 2) partilhar experiências desta metodologia a   nível nacional e internacional através dos depoimentos dos convidados da FAO   Roma e Malawi e 3) harmonizar e padronizar os critérios e estratégias de   implementação das EMCs pelos diferentes actores em Moçambique. Durante o   evento pretendeu-se ainda reflectir sobre as estratégias de operacionalização   das EMCs de forma a manter os parâmetros básicos de qualidade na implementação   desta metodologia de extensão.

Falando sobre a experiência da FAO no âmbito das   EMCs, o oficial de programa da Organização, Eugénio Macamo, disse no evento   que "é gratificante verificar que o movimento das EMCs cresceu e continua a   registar uma evolução extraordinária no país desde 2002 quando foi introduzido   pela FAO". Agora, continuou Macamo, "estamos perante uma nova fase em que   passamos da implementação de vários projectos isolados para um programa de   EMCs a nível nacional: há novos desafios e exigências, mas certamente   encontraremos as soluções mais apropriadas para as EMCs no contexto do país".   Neste sentido, o Director Nacional de Extensão Agrária, Fernando Mavie,   afirmou que a "DNEA vai formular um Plano de Acção para apoiar as EMCs e   reforçar o papel da DNEA na sua articulação com todos os actores envolvidos   neste movimento visando partilhar experiências e boas práticas desta   metodologia e aprender com elas".

Durante dois dias, abordaram-se temas como o   desenho dos currículos e a definição do conteúdo temático, o estabelecimento   e a implementação das EMCs, a mobilização de fundos bem como a gestão sustentável   das EMCs.

A DNEA tem vindo a expandir a metodologia das   EMCs no país como forma de disseminação de tecnologias e práticas agrárias   aos produtores no âmbito da implementação do Plano Estratégico de Desenvolvimento   do Sector Agrário (PEDSA). Com este Plano, o Governo de Moçambique pretende   contribuir para a segurança alimentar e a renda dos produtores agrários de   forma competitiva e sustentável, garantindo a equidade social e de género.

Os quatro pilares do PEDSA visam o aumento da   produção e produtividade agrárias, a melhoria do acesso a mercados, o uso   sustentável dos recursos naturais e o fortalecimento das instituições   agrárias.

Segundo o Chefe do Departamento Técnico da DNEA, Inácio   Nhancale, "as EMCs permitiram expandir a cobertura da rede de extensão, gerar   renda e aumentar a produção e produtividade por parte dos camponeses ao   experimentar novas tecnologias, reduzir as perdas pós-colheita e melhorar a   qualidade de vida das famílias beneficiárias do programa".

Em Moçambique, as EMCs foram introduzidas na Província da Zambézia pela Direcção Provincial da Agricultura através de um financiamento do Banco Africano de Desenvolvimento com apoio técnico da FAO no quadro da cooperação Sul-Sul, no âmbito de um Programa Especial de Segurança Alimentar entre 2002 e 2005.