FAO in Mozambique

Sub-programa da FAO ODM1c lança voucher electrónico nas províncias de Manica e Maputo

Beneficiários do ODM1c da FAO com os seus novos vouchers electrónicos
26/11/2015

A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) lançou esta semana o voucher electrónico no âmbito do seu sub-programa "Acelerar o Progresso Rumo ao Alcance do Objectivo de Desenvolvimento do Milénio 1c" (ODM1c). O lançamento oficial decorreu no Distrito de Sussundenga, Província de Manica, no passado dia 23 de Novembro, e dois dias depois, foi realizado um evento semelhante na capital, Maputo.

Presentes no lançamento em Manica estiveram o representante do governo provincial de Manica, Ricardo Alberto Mondlane, e a Administradora de Sussundenga, Joana Armando Guinda. Em Maputo, representantes do Ministério da Agricultura e Segurança Alimentar (MASA), da União Europeia, Banco de Moçambique e Banco Mundial, assim como agencias das Nações Unidas, incluindo o Programa Mundial para a Alimentação (PMA) e o Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA), organizações não-governamentais e parceiros diplomáticos e de cooperação como o banco de desenvolvimento alemão KfW, a Parceria Africana para o Agro-Negócio e Fertilizantes (AFAP), o Gabinete de Apoio e Consultoria a Pequenas Indústrias (GAPI) e a agência de cooperação internacional japonesa (JICA).

O lançamento do voucher electrónico é a mais recente inovação na implementação do sub-programa da FAO ODM1c e tem como objectivo melhorar o acesso de pequenos produtores e agricultores emergentes a insumos agrícolas melhorados, providenciando um subsídio temporário sobre a compra dos insumos. Tal deverá fortalecer os beneficiários, uma vez que, mediante apresentação do voucher, estes pagam apenas parte do produto adquirido nos fornecedores participantes.

Na abertura do evento em Maputo, o Representante da FAO em Moçambique, Castro Camarada, afirmou que "o voucher electrónico irá trazer grande flexibilidade para os agricultores na compra de insumos", acrescentando que "o uso do voucher electrónico com recurso a palavras-chave contribuirá para o desenvolvimento das redes de mercados e para a distribuição de insumos agrícolas através do envolvimento de diversos fornecedores [agro-dealers]."

Falando em nome do MASA, Marcelo Chaquisse, disse que o Ministério "está confiante que o esquema de voucher electrónico vai de encontro ao plano estratégico do ministério, o qual está concentrado em aumentar a produção e a produtividade dos agricultores."

Sendo o primeiro do género em Moçambique, o voucher electrónico deverá substituir gradualmente o esquema de voucher em papel, que está a ser implementado nas províncias de Manica, Zambézia, Nampula e Sofala há dois anos. A fase-piloto da versão electrónica está a ser implementada em quatro distritos de Manica.

Os pequenos produtores participantes no lançamento em Sussundenga, alguns dos quais foram beneficiários do voucher em papel, mostraram-se entusiasmados com o desenvolvimento do formato do voucher. Um deles, Eduardo Lino, afirmou que "a [sua] colheita melhorou muito desde que, no ano passado, [começou] a comprar insumos através do voucher em papel", esperando que "o aumento das opções com o voucher electrónico melhore a produção".

Já em Maputo, o Coordenador do sub-programa da FAO, Walter de Oliveira, disse que o voucher electrónico é "uma ferramenta de inclusão financeira": além de trazer flexibilidade no que toca às decisões dos agricultores relativas à sua produção, "o voucher electrónico irá aumentar o conhecimento sobre dinheiro electrónico e tecnologia, em geral, entre os agricultores, sobretudo quanto a serviços relacionados, tal como indicado pelo Banco de Moçambique na sua "Estratégia Nacional de Inclusão Financeira 2016-2020".

O objectivo do ODM1c, financiado pela União Europeia e pelo Governo de Moçambique, é acelerar o progresso rumo ao alcance do Objectivo de Desenvolvimento do Milénio 1 de reduzir a fome e melhorar a segurança alimentar e nutricional em Moçambique.