FAO in Mozambique

FAO realiza seminário sobre leguminosas na província de Nampula

FAOR e participantes visitando a feira de leguminosas em Nampula
29/09/2016

A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) em parceria com a Universidade Lúrio em Nampula, o Instituto de Investigação Agrária de Moçambique (IIAM), Secretariado Técnico de Segurança Alimentar e Nutricional (SETSAN) com o apoio da Cooperação Austríaca realizaram esta quinta-feira (29.09) um seminário e uma feira sobre leguminosas que reuniu diferentes actores envolvidos na agricultura, incluindo instituições do governo, ONG´s, membros da academia e da investigação agrária dos sectores público e privado e estudantes daquela universidade.


O ano de 2016 foi declarado Ano Internacional das Leguminosas pela 68ª Assembleia Geral da ONU visando aumentar a consciência pública para os benefícios nutricionais das leguminosas secas através da produção alimentar sustentável destinada à segurança alimentar e nutricional.


Na abertura do seminário, o Representante da FAO em Moçambique, Castro Camarada, destacou diferentes aspectos que reflectem o papel importante das leguminosas em Moçambique, sendo Nampula uma das principais regiões produtoras de grãos de leguminosas, como feijão vulgar, feijão bóer, ervilhas e outros.


Camarada enfatizou o facto de que "este grupo de culturas tem características muito especiais que os tornam um super alimento com baixo teor de gordura e colesterol zero, baixo teor de sódio, rico em proteína vegetal, boa fonte de ferro, sem glúten, rico em potássio, excelente fonte de folato, de baixo índice glicêmico, etc ".


O Director Provincial da Agricultura e Segurança Alimentar de Nampula, Pedro Dzucule, destacou o papel de uso múltiplo que as leguminosas podem ter "na componente nutricional, na mitigação das mudanças climáticas, na saúde pública na prevenção de doenças" e reiterou "o desafio de se aumentar as quantidades de produção destas culturas".


Dzucule afirmou ainda que "em termos de produção a Província de Nampula, uma das mais populosas do país, com cerca de 5 milhões de habitantes, produziu cerca de 800 mil toneladas de culturas diversas onde as leguminosas representam cerca de 387 mil toneladas".


O seminário foi constituído por diversas apresentações de temas ligados à produção de leguminosas e aos desafios de processamento, incluindo estudos de caso feitos a nível de algumas províncias, com maior ênfase no feijão vulgar e feijão bóer.


A Representante da Cooperação Austríaca, Eva Kohl, afirmou que "a produção de leguminosas em Moçambique, especialmente da soja e do feijão bóer tem sido incrementada ano após ano uma vez que estão estabelecidas as cadeias de valor estruturadas que permitem que os pequenos agricultores envolvidos possam beneficiar de uma renda adicional através de contractos de produção com as grandes empresas de comercialização destas culturas nas regiões centro e norte de Moçambique".


O evento serviu também de intercâmbio entre as diversas instituições ligadas à agricultura e os estudantes do curso de nutrição da UniLúrio.


Elga Massingarela, estudante do 2º ano do curso de nutrição na UniLúrio, vê este evento como uma "oportunidade de aprendizagem para as comunidades porque muitas pessoas não sabem do valor que as leguminosas têm".
"É importante promovermos o consumo das leguminosas que tem uma componente nutricional muito rica pelo teor de vitaminas e fibras" disse a estudante.


O Magnífico Reitor da UniLúrio, Francisco Noa, aproveitou a ocasião para frisar que "a Unilúrio, como instituição de pesquisa, está disposta a apoiar no que se refere à pesquisa, investigação e disseminação de boas práticas em relação a produção e consumo das leguminosas para melhorar a segurança alimentar e nutricional".


Durante a feira foram expostos diversos produtos produzidos a partir de leguminosas incluindo pratos locais da província de Nampula.