FAO in Mozambique

FAO e parceiros analisam incentivos e desencentivos de preços de produtos agrícolas

A formação visava analisar os preços de produtos agrícolas dos mercados nacionais
28/10/2016

Diversos técnicos do Ministério da Agricultura e Segurança Alimentar (MASA) bem como do Centro de Estudos de Políticas Agrárias (CEPAG) da Faculdade de Agronomia e Engenharia Florestal da Universidade Eduardo Mondlane (UEM) e outras instituições ligadas ao sector agrário estiveram durante dois dias envolvidos numa formação, num seminário técnico realizado pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) , no âmbito do projecto "Monitoria de Políticas Agrícolas e Alimentares (MAFAP) em África".


O MAFAP tem como principal objectivo desenvolver a capacidade nacional de monitoria e análise dos efeitos das políticas sobre os mercados de produtos agrícolas mais relevantes do país, identificando as suas limitações ao desenvolvimento do sector agrícola.
O projecto que decorre em Moçambique desde 2014, visa estabelecer um sistema de monitoria, análise e reforma das políticas agrícolas e alimentares nacionais.


"Esta formação pretende analisar os preços estabelecidos pelas companhias e pelos agricultores, perceber as potencialidades do mercado, analisar como o governo interfere nas alterações dos preços de mercado e como conseguir um preço justo", disse no seminário o analista de políticas da FAO, Karl Pauw.


"O que nós queremos é que os produtores consigam preços justos que sirvam de incentivo para a produção pois este é um factor determinante para o engajamento dos agricultores e, por fim, avaliar se as políticas existentes no país estão ou não a favor dos produtores agrícolas" afirmou.


Para a técnica do Instituto de Algodão de Moçambique (IAM) , Deisy Sabão , " esta formação é importante para que possamos perceber o que cria incentivos e desencentivos nos preços dos produtos agrícolas e , perceber como são calculados os custos de produção".


Deisy Sabão, que participa nas formações desde 2014 afirma que o MAFAP tem trazido abordagens positivas para a revisão de políticas no sector.


"Ainda estamos em processo de análise da viabilidade dessas mesmas políticas, ja começamos a implementar o que estamos a aprender em termos de revisão de políticas, estratégias e acções de seguimento para que tanto as nossas empresas e os nossos produtores não saiam a perder".


Através do MAFAP, a FAO presta assistência ao MASA na formulação de reformas agrícolas adequadas. O seminário constituiu, assim, uma oportunidade para os técnicos debaterem também as áreas em que futuramente deverão ser feitas análises que possam contribuir para o processo de tomada de decisão no sector agrícola do país.


Durante o seminário foram ainda apresentados os resultados da análise de estudos a nível regional sobre os incentivos e desincentivos na produção e comercialização de algumas culturas locais, com maior ênfase no milho.


Além de Moçambique, o MAFAP está a ser implementado noutros nove países africanos: Burkina Faso, Etiópia, Gana, Malawi, Mali, Nigéria, Quénia, Tanzânia e Uganda e é financiado pela Fundação Bill e Melinda Gates, pelo Governo da Holanda e pela Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID).