Secretário-Geral Ban Ki-moon (à direita) e Tedros Ghebreyesus, Ministro da Saúde da República Federal Democrática da Etiópia, observam um campo a ser arado perto do Posto de Saúde de Ambo Mesk em Bahir Dar, Estado Regional de Amhara, na Etiópia

Hoje e todos os dias, o que comemos é produto do trabalho dos agricultores familiares. Eles são responsáveis pela maioria das explorações agrícolas do mundo, preservam os recursos naturais e a biodiversidade e são a base de sistemas alimentares e agrícolas inclusívos e sustentáveis.

É oportuno que neste Ano Internacional da Agricultura Familiar, existam menos 100 milhões de pessoas a passar fome do que há apenas 10 anos atrás. Sessenta e três países cortaram para metade a percentagem da sua população desnutrida. A nossa visão de uma "fome zero" está quase a ser alcançada.

Ainda assim, há muito trabalho a fazer. Mais de 800 milhões de pessoas não dispõem de alimentos saudáveis e nutritivos para levarem uma vida ativa. Uma em cada três crianças está desnutrida.

Os agricultores familiares são a chave para desencadear o progresso global. No entanto, estes encontram-se em desvantagem quando se trata do acesso às tecnologias, serviços e mercados, tal como estão expostos a condições atmosféricas extremas, alterações climáticas e degradação ambiental.

Garantir o acesso igualitário – particularmente para as mulheres – aos recursos produtivos é essencial para empoderar os 500 milhões de pequenos agricultores à escala global e dessa forma contribuir para a erradicação da pobreza e preservação do ambiente.

Na Cimeira do Clima em Nova Iorque no último mês, mais de uma centena de organizações e governos comprometeram-se a trabalhar mais estreitamente com os agricultores, pescadores e criadores de animais de forma a melhorar a segurança alimentar e nutrição, ao mesmo tempo que se aborda a questão das alterações climáticas. O "Desafio Fome Zero" e o movimento "Scaling Up Nutrition" (Promover a Nutrição) estão a catalisar parcerias com governos, sociedade civil e o setor privado. O Comité para a Segurança Alimentar Mundial, fez progressos impressionantes em relação aos investimentos responsáveis na agricultura, à questão do desperdício e das perdas alimentares, tal como em fomentar a ação para promover pescas e aquacultura sustentáveis.

Em 2015 dispomos de uma oportunidade para mudar o jogo, através da realização dos Objetivos de Desenvolvimento do Milénio, do desenho de uma nova agenda para o desenvolvimento sustentável e do estabelecimento de um acordo universal significativo para o clima. Um mundo livre de pobreza e de fome, onde todas as pessoas têm o seu direito a uma alimentação adequada salvaguardado, é crucial para o futuro que queremos.

Neste Dia Mundial da Alimentação, vamos tomar a decisão de acabar com a fome nesta geração.