Lisboa - Decorreu esta sexta-feira, dia 13, o Seminário “Agricultura biológica revisitada: experiências do Alentejo” promovido pela Universidade de Évora, na sala de conferências da Herdade da Mitra, com o objetivo de aprofundar diversas questões relacionadas com a temática da agricultura biológica e a sua importância atual para a sociedade como modelo de produção sustentável.

A abertura do Seminário ficou a cargo de Teresa Pinto-Correia, Diretora do Instituto de Ciências Agrárias e Ambientais Mediterrânicas.

Hélder Muteia, representante da FAO em Portugal e junto da CPLP, foi convidado a intervir sobre no primeiro painel com o tema “Porquê agricultura biológica em 2015?”, apresentando uma palestra intitulada “A agricultura biológica no contexto do Ano Internacional dos Solos”. Muteia começou por mencionais os desafios que se impõem aos sistemas alimentares modernos, tais como o aumento da procura, o desenvolvimento de novos hábitos alimentares, o aparecimento de novos fenómenos na produção agrícola e as ameaças ao meio ambiente. Nomeadamente, sublinhou os impactos destes sistemas modernos, quer positivos, como o aumento da produção alimentar e o alargamento da cadeira de valor, quer negativos, como a má distribuição que ainda se verifica, a grande pressão sobre os recursos naturais e o desperdício de alimentos.

Apresentou ainda as questões relacionadas com o direito à alimentação e a necessidade de tornar os sistemas alimentares mais sustentáveis, sendo que existem vários modelos possíveis, tais como, a agroecologia, a agricultura biológica, a permacultura, os sistemas agroflorestais, entre outros.

Sobre o Ano Internacional dos Solos, salientou a importância deste recurso como base para uma produção alimentar saudável, como suporte para as plantas que cultivamos, como sustento da biodiversidade do planeta, contribuindo ainda para a mitigação e adaptação às alterações climáticas. Além disso, os solos armazenam e filtram a água, melhorando a nossa capacidade de resiliência a inundações e secas. Acima de tudo, o solo é um recurso não renovável, pelo que a sua preservação é essencial para a segurança alimentar e o futuro sustentável do planeta.

Este primeiro painel contou ainda com apresentações por parte de Jorge Ferreira, da Agrosanus, Francisco Rodríguez, a Asociación Valor Ecológico – Ecovalia, e Patrícia Palm, do IPBeja.

Durante o segundo painel, dedicado ao tema “Produção, Distribuição e Consumo na Agricultura Biológica”, participaram Rui Flores da Herdade do Freixo do Meio, Alfredo Sendim, da Miosótis, Ângelo, da Quinta Anema, Jan Anema, da Herdade da Carvalhoso, Gabriela Graça e Mónica Truninger.

O seminário encerrou com uma prova de produtos biológicos, com o intuito de incentivar o seu consumo e atestar que existe lugar no mercado para a sua comercialização.