FAO in Portugal

Aula inaugural da Escola Superior de Jornalismo proferida por Representante da FAO

27/03/2015

Lisboa – Teve lugar no passado dia 25 de março a aula inaugural do Ano Académico 2015 da Escola Superior de Jornalismo (ESJ) de Moçambique, na Sala de Conferências do Ministério da Mulher, Género, Criança e Ação Social, em Maputo, proferida por Hélder Muteia, Representante da FAO em Portugal e junto CPLP. A aula teve como tema “O papel da comunicação nos sistemas agroalimentares”.

Hélder Muteia focou a sua intervenção no campo da comunicação jornalística, no contexto dos sistemas agroalimentares, dando particular ênfase aos temas e conteúdos que devem merecer destaque.

Devido à abordagem cada vez mais complexa, multifacetada e dinâmica da questão alimentar no mundo, a comunicação surge como um elemento essencial, pois ajuda a estabelecer uma consciência social sólida, atuando sobre cada grupo social ou categoria de atores em função das suas necessidades e obrigações. Permite-lhes, assim, uma tomada de decisões informada, consciente, e com o mínimo de riscos.

A comunicação tem o potencial de despertar as consciências sobre as realidades, os factos, as tendências, as percepções, as ameaças, os riscos, as possibilidades e as oportunidades que os sistemas alimentares oferecem e enfrentam. Garante também a humanização do processo através da inclusão dos pontos de vista de atores que de outra forma não teriam voz no processo, promovendo a participação dos mesmos.

“É assim importante que que a comunicação tenha a capacidade de escrutinar todas as realidades, processos, etapas, mecanismos, medidas e responsabilidades de cada ator ou grupo de atores do sector produtivo, organismos internacionais, entidades governamentais ou parlamentares, e sociedade civil como um todo”, afirmou Muteia.

O Representante da FAO abordou também os principais desafios que se colocam atualmente aos sistemas agroalimentares, e que devem ser abordados pela comunicação, incluindo a questão demográfica, nomeadamente no que diz respeito ao sobrepovoamento, à urbanização e ao envelhecimento; a crescente globalização dos mercados agrícolas; as crises dos preços dos alimentos; as alterações climáticas e outras ameaças ao ambiente; e as crises humanitárias decorrentes de desastres naturais ou conflitos armados.

A comunicação deve então ser capaz de sensibilizar e promover uma reflexão profunda sobre estes desafios, divulgar elementos científicos, denunciar excessos, explicar e questionar os novos fenómenos, iluminar os caminhos e abrir a porta a um crescimento sustentável, responsável e justo.

“Ao informar as diversas esferas da sociedade sobre todos estes desafios e possíveis soluções, a comunicação tem a capacidade de influenciar opiniões e a tomada de decisões, inspirar novas lideranças e motivar a juventude para uma nova forma de estar no mundo, partilhar a vida, e reescrever as esperanças e o futuro”, concluiu.