Lisboa – Decorreu ontem, dia 19 de Maio, o workshop promovido pela Universidade Aberta, (UAb) nas instalações da universidade, que teve como tema o desperdício alimentar.

O workshop tinha sido um dos assuntos discutidos, por ocasião da última visita da UAb às instalações do Escritório da FAO em Lisboa, em abril, em que foram estabelecidas perspetivas de colaboração para 2015, no âmbito do acordo de cooperação entre as duas entidades, assinado no ano passado.

Este evento teve como objetivo o debate de propostas de intervenção para a redução do desperdício, tendo sido realizado sob a alçada do Mestrado em Ciências do Consumo Alimentar, com organização de Ana Pinto de Moura, Coordenadora do curso e Sónia Seixas, Vice-coordenadora.

Hélder Muteia, Representante da FAO em Portugal e junto da CPLP foi um dos oradores convidados, bem como Beatriz Oliveira, da Eurest, empresa de restauração coletiva com experiência em estratégias de combate ao desperdício.

Fernando Caetano, Diretor do Departamento de Ciências e Tecnologia da UAb, abriu a sessão, realizando a introdução ao tema e estabelecendo a ligação com a delegação da Madeira da Ordem dos Médicos Veterinários, que assistiu e participou neste workshop por videoconferência.

O Representante da FAO iniciou a temática do desperdício alimentar citando o Diretor-Geral da FAO, José Graziano da Silva, que afirma que “Todos nós, agricultores e pescadores, processadores e distribuidores de alimentos, governos locais e nacionais e consumidores individuais, temos de promover mudanças ao longo de toda a cadeia alimentar humana para impedir, à partida, que o desperdício ocorra e, não sendo isso possível, reutilizar ou reciclar”.

Hélder Muteia realizou uma contextualização do desperdício alimentar a nível nacional e internacional, predispondo a plateia à reflexão ao apresentar os dados mais recentes, como a estimativa de que 1/3 atual da produção é desperdiçada e clarificando alguns conceitos. Analisou também as diferenças entre países em vias de desenvolvimento e industrializados, nomeadamente no que diz respeito às causas do desperdício.

Ainda durante a sua intervenção apelou à partilha de responsabilidades e orientação das estratégias para a sustentabilidade. “O desperdício é o resultado de sistemas alimentares desajustados”, disse.

Beatriz Oliveira apresentou o trabalho desenvolvido pela Eurest no sentido da diminuição do desperdício, enumerando diversas iniciativas que têm vindo a ser implementadas nos últimos anos e sublinhando a necessidade de uma boa monitorização. Através de uma destas ações foi possível doar mais de 8,5 toneladas de alimentos não perecíveis a instituições que apoiam populações carenciadas.

No término da sessão ambos responderam a várias questões de relevo, tendo sido gerado um debate frutuoso.