FAO in Portugal

Agricultura urbana promovida em Campolide

10/07/2015

Lisboa - No quadro do workshop realizado anteriormente pela Junta de Freguesia de Campolide e a FAO Portugal/CPLP, foi apresentada uma palestra sobre Agricultura Urbana feita por Charles Struman, técnico estagiário de Agronomia no escritório da FAO.

A apresentação começou por abordar o conceito de agricultura urbana e peri-urbana (UPA), que consiste em plantar e criar animais dentro e ao redor das cidades. Referiu ainda que “enquanto nos países do Norte, vemos um crescente interesse na agricultura urbana, é já praticada há mais de quarenta anos nos países do sul. Hoje é praticada por cerca de 800 milhões de pessoas em todo o mundo, cumprindo uma complexa e diversificada rede de responsabilidades: segurança alimentar, economia, saúde, lazer, educação, socialização, ordenamento urbano e ambiente.

Depois deste enquadramento geral, apresentou algumas vantagens da agricultura urbana, nomeadamente na melhoraria da nutrição das populações carenciadas. A urbanização nos países em desenvolvimento é geralmente acompanhada de altos níveis de pobreza, desemprego e insegurança alimentar. Uma alimentação saudável custaria a uma família média quase toda a sua renda. Os alimentos de produção local são mais frescos, mais nutritivos e com preços mais competitivos porque são transportados sobre distância mais curtas e precisam de menos refrigeração.

Destacou também alguns benéficos deste tipo de agricultura como a geração de rendimentos, diminuição da pegada de carbono (com a redução dos transportes via os circuitos curtos), os índices de produtividades elevados, um melhor aproveitamento dos espaços, um melhor controlo sobre os resíduos urbanos (reciclagem da matéria orgânica, aproveito das aguas residuais), entre outros.

Continuou com as diferentes formas que pode tomar a agricultura urbana. De facto, o tipo de produção vai depender de muitos factores como o espaço, a disposição ou os sistemas de distribuição, por exemplo, e vai da produção em quintais até a exploração dos telhados. Sublinhou três formas de produção que podem parecer futuristas mas que já estão a produzir: hidroponia (cultivar plantas sem solo, só com uma solução nutritiva), aquaponia (hidroponia combinada com a piscicultura num ciclo fechado ou semiaberto), e aeroponia (com as raízes suspensas no ar, e alimentadas via aspersão).

Para concluir, apresentou algumas medidas para apoiar a agricultura urbana, nomeadamente o seu reconhecimento oficial de seu papel positivo no desenvolvimento urbano, assegurar terra e água para a horticultura, garantir a qualidade dos produtos e proteger o meio ambiente, assegurar a participação de todas as partes interessadas, e obter novos mercados para as frutas e hortaliças.