FAO in Portugal

FAO e UMAR realizam conferência sobre as mulheres na agricultura e os movimentos feministas

27/01/2016

Lisboa – No âmbito da colaboração entre a União de Mulheres Alternativa e Resposta (UMAR) e a FAO, decorreu no passado dia 22 de janeiro uma conferência que teve como tema “O papel das mulheres na agricultura e os movimentos feministas”. Na sessão de abertura interviu Manuela Tavares, da UMAR, e Hélder Muteia, Representante da FAO em Portugal e junto da CPLP, interveio no encerramento.

A apresentação do tema foi realizada por Sofia Saro, estagiária do Escritório da FAO em Lisboa e junto da CPLP, tendo o evento decorrido no Centro de Cultura e Intervenção Feminista (CCIF), e em que foi aprofundado o percurso histórico das mulheres na área da agricultura. Sofia Saro abordou esta temática afirmando que as mulheres em todos os setores passam por diversos desafios e descriminações institucionais e socioculturais, sendo que a agricultura não é uma exceção.

Baseando-se em recentes publicações e estatísticas da FAO, Sofia mostrou que as mulheres muitas vezes não têm acesso aos recursos e oportunidades de que necessitam para poderem produzir de forma rentável e que, apesar de corresponderem em média a 43% do mercado de trabalho agrícola nos países em desenvolvimento, menos de 20% são proprietárias de terras.

Foram ainda apresentadas os diversos acordos, declarações e programas internacionais que ao longo das últimas décadas têm vindo a abordar os direitos e a situação do género, por este ser um problema que tem elevado impacto a nível mundial, social e economicamente, e que, por isso, é muitas vezes deve ser transversal ao desenvolvimento sustentável. Contudo, apesar dos progressos, ainda hoje se assiste a várias injustiças relacionadas com a desigualdade do género.

Sofia concluiu propondo uma reflexão acerca da necessidade de mudança de mentalidades na sociedade, através da educação, informação e debates com uma abordagem sistémica, coordenada, colaborativa, e progressiva de forma a promover a valorização e reconhecimento do papel fundamental da mulher e, em particular, das mulheres agrícolas na sociedade.

Na sessão de debate que se seguiu houve várias contribuições no sentido de adequar as ações de empoderamento da mulher rural com base em realidades sociais, culturais e institucionais nas quais estas estão inseridas. Foi ainda referida a necessidade de empenhar esforços no âmbito das ações globais de apoio à agricultura familiar.