Lisboa - Na sequência das celebrações do seu 40º aniversário, a Associação Portuguesa de Horticultura organizou um Ciclo de Conferências subordinadas ao tema “Horticultura e Sociedade”, com a finalidade de abordar os desafios dos sistemas alimentares no contexto da globalização, o papel especifico da horticultura na produção de alimentos, e a humanização dos espaços urbanos, através do uso de plantas nos edifícios e nas cidades.

A primeira conferência deste ciclo ocorreu no dia 3 de Maio, nas instalações da Fundação Calouste Gulbenkian, tendo como principal orador o representante da FAO em Portugal e junto da CPLP, Hélder Muteia.

Hélder Muteia destacou algumas características dos sistemas alimentares modernos, entre os quais a demografia, a fome e malnutrição, bem como a pressão nos recursos naturais por parte da sociedade actual, as  monoculturas, a obesidade e o desperdício alimentar.

Referiu ainda a necessidade de aumentar a produtividade alimentar, garantindo uma maior eficiência e diversificação, através da promoção de uma agricultura sustentável, assim como a redução do desperdício de alimentos, e o incentivo das economias solidárias e de proximidade.

Para concluir recomendou a aposta na agricultura urbana e periurbana, praticada de forma legal e rentável, bem como a adopção de novos paradigmas institucionais, legais e comportamentais, bem como o investimento na investigação de variedades e tecnologias.

Estima-se que mercado global de frutas e hortaliças atinja em 2016 um valor de 2,5 mil milhões de euros, que corresponde a um aumento de 79% face a 2011, resultante da crescente procura de alimentos saudáveis, convenientes e acessíveis.