FAO in Portugal

Ano Internacional das Leguminosas encerra com apelo de continuidade e consolidação

08/03/2017

Lisboa – A cerimónia de encerramento oficial do Ano Internacional das Leguminosas 2016 (AIL), organizada em conjunto por Burkina Faso e a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), decorreu nos dia 10 e 11 de Fevereiro em Ouagadougou, capital de Burkina Faso.

A mensagem principal desta cerimónia incidiu nos resultados positivos das atividades implementadas durante o AIL, que ajudaram a aumentar a conscientização global sobre os muitos benefícios das leguminosas e impulsionaram a partilha de conhecimento e parcerias, mas também na importância de fortalecer os ganhos para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da comunidade internacional.

Durante a cerimónia, a diretora-geral adjunta da FAO, Maria-Helena Semedo referiu que "Os programas de educação sobre o valor das leguminosas devem ser apoiados, particularmente para as crianças em idade escolar, agricultores e técnicos na área da extensão rural. As políticas e programas devem concentrar-se mais nos produtores de leguminosas, particularmente os pequenos agricultores e os jovens". O presidente de Burkina Faso, Roch Marc Christian Kaboré, afirmou que "Para lidar melhor com o triplo problema da gestão da fertilidade do solo, da redução dos efeitos adversos das alterações climáticas e da questão da segurança alimentar, produzir e consumir leguminosas é uma grande oportunidade, especialmente para as pessoas mais vulneráveis".

As leguminosas secas, definidas como sementes secas comestíveis de plantas pertencentes à família das leguminosas, são ricas em minerais como o ferro, zinco e folato e são parte integrante das dietas em todo mundo durante séculos. Do hummus e falafel ao daal, as leguminosas secas integram pratos típicos e representativos da cultura alimentar dos diferentes países do Mundo, há séculos.

Com o lema "Sementes nutritivas para um futuro sustentável", o AIL foi lançado em Novembro de 2015 e a Assembleia Geral das Nações Unidas nomeou a FAO para liderar a implementação. Desde então, foram criadas ligações entre os principais atores, desde as organizações de agricultores até ao sector privado, a fim de facilitar o intercâmbio de informações e o diálogo político sobre a produção, o comércio e o consumo de leguminosas. Líderes em política e investigação abordaram as principais questões das leguminosas secas em vários fóruns internacionais e foram estabelecidos comités nacionais. Foi criada uma base de dados técnica de leguminosas secas, publicado um livro de receitas de chefes internacionais e o site oficial do AIL multilíngue, com mais de meio milhão de visitas, promoveu uma variedade de informações sobre leguminosas.

Durante a cerimónia, os seis embaixadores especiais do AIL, representados pela principal chefe de televisão egípcia Magy Habib, foram agradecidos pela sua dedicação e valiosos serviços.

Leguminosas para ajudar a acabar com a fome

As leguminosas são um ingrediente valioso no cumprimento do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 2, que visa acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar e nutricional e promover uma agricultura sustentável. As plantas contribuem para a adaptação e mitigação das alterações climáticas, adicionam grandes quantidades de nitrogénio benéfico para o solo e requerem pouca fertilização. O crescimento de leguminosas com outras culturas aumenta a fertilidade do solo, melhora os rendimentos das duas culturas e contribui para um sistema alimentar mais sustentável.

Além disso, as leguminosas têm uma pegada de água muito baixa em comparação com outras fontes de proteína, podem ser cultivadas em solos muito pobres e ajudar a reduzir o risco de erosão e depleção do solo. Para os agricultores pobres, o crescimento de leguminosas contribui para meios de subsistência estáveis, rendimento adicional e nutrição melhorada.

Produção em crescimento

Globalmente, a produção global de leguminosas tem aumentado de forma lenta, mas estável. Em 2014, a produção mundial atingiu 77 milhões de toneladas, um aumento de 21 milhões de toneladas desde 2001. Embora o Ano Internacional das Leguminosas tenha sido oficialmente encerrado, houve um apelo sério para manter o ímpeto vivo e continuar as atividades para além de 2016. A FAO continuará a trabalhar com os intervenientes, desde os governos aos agricultores familiares, para defender as leguminosas como pequenos aliados poderosos na consecução dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. 

Foto: ©FAO/Alizeta Tapsoba

Legenda: Presidente Burkina Faso, Roch Marc Christian Kaboré (centro) e Diretora-geral Adjunta da FAOA Maria Helena Semedo (direita) na sessão de encerramento do Ano Internacional das Leguminosas