16 de outubro, Dia Mundial da Alimentação

Cada ano, a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) celebra o Dia Mundial da Alimentação para comemorar a fundação da Organização em 1945. Neste dia são organizados eventos em mais de 150 países no mundo inteiro, tornando-o num dos dias mais celebrados do calendário nas Nações Unidas. Estes eventos promovem a consciência e a ação global em prol daqueles que sofrem de fome e apela à necessidade de garantir a segurança alimentar e uma dieta nutritiva para todos.

O Dia Mundial da Alimentação representa também uma importante oportunidade para difundir uma mensagem categórica: podemos acabar com a fome na presente era e tornar-nos Geração Fome Zero, mas é necessário que todos trabalhemos juntos para alcançar este objetivo.

Na Cimeira das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável em Nova York, em Setembro de 2015, 193 países comprometeram-se a acabar com a pobreza e a fome, a proteger o planeta e a assegurar a prosperidade para todos. Cerca de seis meses depois, 177 membros da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas reuniram-se em Nova York para assinar o acordo de Paris sobre alterações climáticas, em que é reconhecida a importância da segurança alimentar. A meta global é alcançar a Fome Zero em 2030 - uma meta ambiciosa que não pode ser alcançada sem abordar as mudanças climáticas.

Como o Director Geral da FAO afirmou na cerimónia alusiva à ocasião realizada em Roma há 2 dias, “as temperaturas elevadas e os padrões climáticos erráticos já estão afetar a saúde dos solos, florestas e oceanos dos quais os sectores agrícolas e a segurança alimentar dependem “.

José Graziano da Silva enfatizou ainda que “os mais pobres e os famintos são os mais afetados, sendo a grande maioria deles pequenos agricultores familiares que vivem em áreas rurais de países em desenvolvimento".

Como vem referido no folheto oficial da celebração divulgado pela FAO: “Sem uma ação concertada para aumentar a sua resiliência, muitas das pessoas mais pobres e vulneráveis terão dificuldades em produzir comida e rendimento suficientes para garantir a sua alimentação e das suas famílias. Sem segurança alimentar, o desenvolvimento social e económico não é possível.

Para alimentar uma população mundial em crescimento, num clima em mudança, o mundo deve fazer a transição para formas mais produtivas, resilientes e sustentáveis de desenvolvimento agrícola. A abordagem de Agricultura Inteligente face ao clima (CSA, da sigla em Inglês) oferece um caminho promissor. A CSA pretende atingir três objetivos principais: aumentar de forma sustentável a produtividade agrícola e dos rendimentos agrícolas, adaptar e criar resiliência às alterações climáticas e reduzir e/ou eliminar as emissões de gases com efeito de estufa, sempre que possível.

Combater as alterações climáticas e promover o desenvolvimento sustentável são duas faces da mesma moeda. O desenvolvimento sustentável não pode ser alcançado sem uma ação sobre o clima e muitas práticas agrícolas sustentáveis.