FAO in Portugal

FAO participa no Congresso Nacional do Milho

11/02/2015

Lisboa –  Teve início hoje, 11 de fevereiro, o X Congresso Nacional do Milho, organizado pela ANPROMIS, para o qual a FAO- Portugal/CPLP, através do seu representante Hélder Muteia, foi convidada a apresentar uma palestra intitulada “Os Novos Desafios que se Colocam À Agricultura Mundial”.

A sessão de abertura contou com a presença do Presidente da República, o Prof. Aníbal Cavaco Silva, que no seu discurso salientou a importância da cultura do milho em Portugal. Para o Presidente o "milho apresenta-se hoje, mais do que nunca, como um setor agrícola estratégico da economia portuguesa, num momento em que o desenvolvimento da nossa agricultura e o equilíbrio da balança externa são objetivos nacionais claramente assumidos".

Sob a moderação de Victor Andrade (Coordenador de Economia do semanário Expresso), o primeiro painel, em que estava inserida a apresentação da FAO, contou também com a presença de Isabel Jonet, Presidente do Banco Alimentar Contra a Fome, e de dois professores do Instituto Superior de Agronomia, José Manuel Lima Santos e Manuel Correia, que participaram na qualidade de comentadores.

Falando sobre os novos desafios que se colocam à agricultura, Hélder Muteia destacou o aumento da procura resultante do crescimento demográfico; os novos hábitos alimentares resultantes da mobilidade social, urbanização e envelhecimento demográfico; novos fenómenos, como os biocombustíveis, a engenharia genética, a agricultura biológica/orgânica, e a tecnologia digital; destacou ainda a volatilidade dos preços, as alterações climáticas e outras ameaças ao meio ambiente; a ineficiência de mercados agrícolas, e as guerras e desastres naturais.

Enfatizou que população mundial deverá atingir as 9,2 mil milhões de pessoas em 2050, dos quais 70% será urbana, o que não só aumenta significativamente a procura de alimentos (de 2,1 para 3 mil milhões de toneladas de cereais, e 270 para 470 milhões de toneladas de carne), como também condicionará os hábitos alimentares. Salientou ainda a importância da adoção de novos paradigmas, inovações tecnológicas e multidisciplinariedade nas respostas aos desafios.

O debate que se seguiu concentrou-se no tema da volatilidade dos preços, uma questão importante para os produtores de milho e para a FAO. Os produtores estão preocupados com a diminuição dos preços, no entanto muitas pessoas ainda não conseguem comprar alimentos em quantidade suficiente no mundo. O que leva Muteia a explicar que o “ problema da fome não é um problema de disponibilidade, mas um problema de distribuição e, portanto, de pobreza”.

Este Congresso, que continuará até amanhã no Hotel Altis, em Lisboa, e será encerrado pela Ministra da Agricultura e do Mar, Assunção Cristas, tem a particularidade de reunir os produtores e as entidades ligadas ao sector que representa a cultura arvense com maior expressão em Portugal e que ocupa, atualmente, uma área que ronda os 140.00 hectares.