FAO em São Tomé e Príncipe

Acção de formação sobre compostos agrícolas auxilia agricultores e cooperativa de transformação de produtos alimentares

Centro de transformação de produtos na comunidade de Agostinho Neto (Créditos: Denilson Costa)

10/08/2017

10 de Agosto de 2017 São Tomé – A equipa de Informação e Comunicação da FAO em São Tomé e Príncipe foi convidada a marcar presença na acção de formação realizada no âmbito do projecto “Reforço da segurança alimentar em meio urbano na África Central graças a uma melhor disponibilidade de alimentos produzidos localmente” ou Horticultura Urbana e Periurbana (HUP).  A acção de formação endereçada aos agricultores beneficiários, e não só, da comunidade de Santa Clara, versou sobre a preparação de compostos agrícolas. Esta acção que decorreu na escola de campo da referida comunidade, teve como fundamento ensinar a preparar composto para a próxima produção agrícola, a realizar dentro de três meses.

A reciclagem e reaproveitamento de resíduos são de grande importância na solução de problemas ambientais devido à contribuição direta para a redução de passivos ambientais e prevenção da poluição dos solos e rios provocada pela contaminação e descargas desregradas. “Com a transformação das características dos resíduos em material rico em nutrientes, a compostagem promove a valorização destes mesmos”, afirmou Ekzul do Nascimento, consultor da FAO para o referido projecto. Para além das vantagens acima referidas, Abdulay Rita, agricultor e participante da formação falou do papel da compostagem na redução dos custos na aquisição dos fertilizantes importados e na própria protecção do solo, facto que realçou ainda mais a importância da utilização da compostagem.

Depois da comunidade de Santa Clara, a comitiva deslocou-se à cooperativa de transformação de produtos agrícolas de Lobata, na comunidade de Agostinho Neto. Ali acompanharam de perto os trabalhos desenvolvidos pelas senhoras que confecionam banana seca, compota de cajá-manga, farinha de mandioca e outros produtos. A cooperativa tem fornecido os produtos em diversos pontos turísticos do país como a loja Cuá Telá, Supermercados e Hotéis. No dia 17 do mês em curso, a cooperativa irá participar na feira turística a ter lugar no distrito de Lobata, segundo Deizi Aguida, responsável do centro de transformação. A participação nesta feira constitui uma oportunidade à muito esperada pela cooperativa para expor aos participantes os produtos produzidos.

Este é um projeto de excelência e, por isso, um exemplo a seguir uma vez que os agricultores fornecem à cooperativa produtos a preço reduzido para a transformação e esta por sua vez fornece aos agricultores excedentes para a compostagem, uma parceria profícua. Segundo Sumner Metzger, coordenador do projecto, “é preciso que esta parceria continue mesmo que o projecto deixe de existe, pois, só assim todas as partes envolvidas poderão continuar a ter os seus meios de subsistência”.  

Criar sinergias que contribuam para a interligação entre as organizações beneficiárias do projecto tem sido aposta necessária para que não haja desperdício. Para as próximas semanas será iniciado, no âmbito do projecto, um ciclo de intercâmbio entre as transformadoras e os produtores. De acordo com o coordenador do projeto, esta acção vai ajudar na troca de experiências e dar a conhecer aos agricultores as acções que têm sido levadas a cabo pelas senhoras que transformam os produtos. Com isso conta-se incentivar os agricultores a criarem parcerias, produzir e fornecer às transformadoras produtos que lhes permitam manter a produção, e por conseguinte, o auto sustento.